Chega o mês de junho e com ele as comemorações típicas da época. E, para caberem no orçamento os ingredientes da famosa festa junina, o jeito é fazer a boa e conhecida pesquisa. O motorista Fred Vinícius, de 52 anos, morador de Venda Nova, em Belo Horizonte, ainda tem outra estratégia: a de comprar um produto por semana.
“Está tudo caríssimo, então, para garantir a canjica e não pesar no orçamento, compro um produto de cada vez. Na semana passada comprei o milho, agora vou garantir o leite. Além disso, pesquiso os preços. Desse jeito, até a próxima semana, todos os ingredientes vão estar comprados”, conta o autônomo, que mora com a esposa e com duas filhas.
A estratégia se mostra necessária, como revela um levantamento divulgado na segunda-feira (30) pelo site Mercado Mineiro. Vários produtos considerados essenciais nas festas juninas mais do que dobraram de preço desde a última oportunidade de celebrar a data, em 2019.
É o caso do pacote de milho de pipoca de 500 g, que tinha o preço médio de R$ 3,26 em 2019 e foi para R$ 7,09, neste ano, um aumento de 117%. Outro alimento típico que teve um grande aumento no preço após três anos foi a mandioca. O quilo foi de R$ 2,63 para R$ 6,58, uma variação de 150%.
O economista Feliciano Abreu, responsável pela plataforma da pesquisa, afirma que o impacto nos preços é o mesmo que o brasileiro tem percebido nos alimentos dia a dia. “O milho está em alta no mercado internacional. Este é um alimento-base, que acaba gerando um aumento em vários outros”, detalha.
Foi o que aconteceu com a canjica, derivada do milho. O pacote de 500 g custava R$ 2,30 em 2019, e agora o preço médio do produto está em R$ 4,63.
A oferta de feijão-carioca, o tipo preferido do consumidor brasileiro, está menor em 2022, e os preços, mais altos. Com isso, o setor produtor já vê uma migração do consumo para outras variações, principalmente para o feijão-preto.
Tradicionalmente, o feijão-preto custa cerca de 85% do feijão-carioca. Agora, está variando entre 60% e 70%, diz Marcelo Lüder, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe).
Para ele, o brasileiro vai ter que “desapegar” da preferência – o setor calcula que o carioca ocupe 60% do consumo no país.
Enquanto esse tipo está custando acima de R$ 10, o preto ainda pode ser achado no varejo por R$ 6 ou R$ 7 no pacote de 1 kg.
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