Se fosse desestatizada, a Refinaria Gabriel Passos (Regap), administrada pela Petrobras em Betim, na Grande BH, venderia o diesel R$ 1,22 mais caro. Já a gasolina com saída da Regap seria reajustado em R$ 0,92. Os dados são do Observatório Social da Petrobras.
A entidade levantou os números de acordo com os valores praticados pela Refinaria de Mataripe, a primeira vendida pela Petrobras à iniciativa privada, em transação finalizada em dezembro último.
Na comparação com os dados antes e depois da desestatização, o diesel S-10 estaria 12% mais caro do que o cobrado hoje sob gestão da estatal, em média, nas refinarias brasileiras. Já a gasolina estaria 19% acima do preço cobrado em média pela empresa de capital misto.
Esses percentuais já consideram a elevação do preço aplicada pela pela política de Preço de Paridade de Importação (PPI). O PPI é a principal explicação para as elevadas cotações dos combustíveis na bomba.
A reportagem também mostrou nesta sexta (13) o sucateamento da Regap ao longo dos anos. O fator de utilização (FUT) da refinaria despencou a partir do PPI, implementado em 2016 no governo Michel Temer (MDB).
O último dado da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que a unidade operou com 75% de sua capacidade em 2020.
A Petrobras também tentou vender a Regap no ano passado, mas o certame venceu sem interessados.
A Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus, foi a última privatizada pela Petrobras. Nessa quinta (12), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu aval para o Grupo Atem adquirir a estrutura.
Conforme o Observatório Social da Petrobras, se a refinaria de Manaus cobrasse taxas semelhantes às de Mataripe, a gasolina seria R$ 0,65 mais cara, enquanto o diesel custaria R$ 0,86 a mais.
A venda da Reman aconteceu no mesmo dia em que o ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, pediu para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, inicie estudos para a desestatização da Petrobras.
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