Um levantamento do preço da carne em Belo Horizonte identificou uma variação de até 353% entre estabelecimentos. Pesquisa divulgada hoje pelo Mercado Mineiro também identificou um leve aumento no preço dos alimentos, mantendo os valores de venda em alto patamar. Mesmo com o período de quaresma, foi identificada pouca variação e nenhuma queda significativa nos valores.
O levantamento da plataforma avaliou 39 estabelecimentos da capital, entre 12 e 15 de abril. Os valores foram comparados com o que foi observado na pesquisa de março. Alguns cortes, como alcatra e a bisteca suína tiveram aumentos acima de 2%. A maioria dos cortes avaliados teve aumento ou queda no preço abaixo de 1%.
Ainda assim, o economista Feliciano Abreu explica que a pequena variação não é um bom sinal para os consumidores. “Os preços continuam subindo, com menos velocidade, mas o movimento ainda é de alta. A gente fez essa pesquisa em função do período de quaresma, para ver se tinha queda, mas a gente não viu queda significativa. Esses aumentos de 1%, parecem pouco, mas não são, porque já estão num patamar muito alto”, detalha.
“A gente chegou a um ponto que não tem como aumentar mais, porque o pessoal não está comprando mais. O preço da carne de primeira já esta encostando no preço da carne de segunda, porque as pessoas estão deixando de lado. O frango e a carne de porco, que eram a saída, na situação atual, também ficam caros”, acrescenta o especialista.
Segundo o economista, o que influencia na alta de preços é a exportação e o custo de produção da carne. Para os produtores está sendo mais vantajoso vender para o mercado externo, que consegue oferecer valores mais altos. Além disso, os produtores estão tendo maiores custos de produção, com o aumento do milho e da soja, usados na ração dos animais, por exemplo.
Outra observação da pesquisa foi a grande diferença entre os estabelecimentos. No caso da picanha, por exemplo, a diferença pode chegar a 278%. A orelha apresentou a maior variação, com diferença de 353% entre os comércios.
Feliciano explica que o levantamento considera os diferentes cortes, mas, é importante que o consumidor fique atento também à qualidade do produto. “Tem a diferença baseada na qualidade e na localização do estabelecimento. O consumidor tem que avaliar o melhor custo-benefício”, comenta. “A única opção é ficar de olho em ofertas, para tentar aliviar para a população”, conclui.
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