Laser, ultrasom, peeling, preenchimento e botox são nomes bastante familiares a mulheres que frequentam consultórios dermatológicos em busca de uma pele lisa, firme e viçosa. Esses mesmos procedimentos ganharam fama para tratar a genitália feminina — e já existe até o termo harmonização íntima, que é um conjunto de recursos usados para remodelar, diminuir a flacidez e clarear a região. O que aparenta ser mais um aprisionamento estético — não se pode envelhecer em paz nem lá? — é debatido com cautela por médicos.
“Os tratamentos possuem um caráter funcional também, resolvendo problemas como incontinência urinária, ressecamento, candidíase de repetição, atrofias e dores. É possível devolver qualidade na relação sexual e mexer com a autoestima da paciente”, explica a dermatologista Mônica Azulay, que, junto com a médica Fairuz Helena Castro, está criando um ambulatório dedicado ao tema, na Santa Casa de Misericórdia, no Centro do Rio.
Mônica conta que o projeto surgiu por causa dos constantes relatos de mulheres, durante as consultas no hospital, constrangidas com incômodos em suas genitálias. O ambulatório vai oferecer tratamentos com laser, toxina botulínica, preenchedores, bioestimuladores, etc.
Entre o leque de opções, a ginecologista Viviane Monteiro aponta ainda tratamentos internos, como o preenchimento com ácido hialurônico do ponto G e correção de clitóris.
“Importante ficar atenta a promessas de rejuvenescimento genital completo. Estamos falando de produtos e procedimentos médicos, que pedem diagnósticos precisos, indicações adequadas e alertas sobre contraindicações”, diz a ginecologista.
Especialista em transtornos da imagem, a psicóloga Flávia Teixeira enxerga o lado positivo de mexer com a libido e a autoestima feminina, mas fica receosa com propagandas que reforçam um jeito certo de ser. “E não pode virar uma exigência masculina! Não aceitar nossas marcas é não valorizar o que foi vivido, como se envelhecer fosse ligado apenas a uma perda”.
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