Os olhos de boa parte da população estão voltados aos aumentos da gasolina e do diesel, mas outro reajuste anunciado pela Petrobras nesta quinta (10/3) é no gás de cozinha. O produto aumentou 16% e traz problemas à população.
De acordo com o economista Fernando Sette, esse reajuste é o mais prejudicial, pois afeta diretamente aqueles em vulnerabilidade social.
“A proporção do (aumento do) gás de cozinha para a família de classe média é muito pequena. Mas, para uma família mais vulnerável, o gás de cozinha tem uma proporção muito maior. Diferente da gasolina, que eu posso optar por não andar de carro e andar de transporte público, o gás não tem solução. Só o fogão à lenha, que causa problemas de saúde”, explica.
O aumento do gás de cozinha deixou a feirante Maria Luíza, de 60 anos, preocupada. Ela não tem salário fixo e mora com mais nove pessoas. A mulher diz que para economizar vai ter que voltar a cozinhar no fogão à lenha.
"O jeito é voltar a cozinhar na lenha. É mais trabalhoso, mas não vai dar para bancar mais dois botijões por mês", lamenta.
A analista de projetos Júnia Soares, de 28, afirma que não tem como mais cortar nas finanças e realizar economias para conseguir arcar com o aumento do gás de cozinha, então a solução será trabalhar mais.
"Não dá para cortar em lugar nenhum. Para dar conta de todos os aumentos, o jeito é trabalhar mais e pegar serviços extras aos finais de semana", diz.
Já a psicóloga Érika Neves, 41, diz que chegou a hora da população se manifestar. "Nós temos que nos manifestar não dá mais para arcar com tantos aumentos que afetam em cheio sempre os mais pobres", reclama.
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