O preço médio da gasolina em Minas Gerais pode chegar a R$ 7,33 após o novo aumento anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira (10). A empresa consultora do mercado Raion Consultoria estima que a alta dos preços se traduza, na prática, em R$ 0,81 por litro de diesel S10 e R$ 0,45 por litro de gasolina no Estado.
O levantamento semanal mais recente realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com preços até o dia 5 de março, calcula que o preço médio da gasolina no Estado era R$ 6,884. Os preços podem ultrapassar os R$ 7,33, pois o aumento é sobre os valores atuais praticados pelos postos — em um estabelecimento na avenida Amazonas, por exemplo, o combustível já era vendido por R$ 7,75 nesta tarde, e estabelecimentos em outros pontos da cidade também se aproximam dessa escala.
O valor médio do diesel S10 era R$ 5,644, no levantamento da ANP, o que pode se elevar até cerca de R$ 6,54, com o novo aumento. O aumento estipulado pela Petrobras, de 18,7% para a gasolina e de 24,9% para o diesel, só começa a valer nesta sexta-feira (10), na prática, mas consumidores apontam que postos estão aumentando o preço nesta quinta.
A Petrobras ressaltou que o último aumento havia ocorrido há 57 dias e que a alta atual é devido à guerra na Ucrânia, que restringiu o acesso a derivados da Rússia a países do Ocidente e aumentou o preço internacional do barril de petróleo. O professor de economia do Ibmec BH Felipe Leroy avalia que a temporada de altas não tem volta mesmo se o conflito não perdurar.
“Teremos que lidar com isso. Nunca vi o preço retornar ao estágio anterior, é muito difícil ele ceder, porque as pessoas acabam se acostumando e o distribuidor sabe disso. Se a Rússia não recuar no conflito, o céu pode ser o limite para o preço do combustível, porque ele é uma commodity escassa e de que todos precisamos”, diz. Ele enfatiza que o brasileiro pode esperar uma alta generalizada de preços de alimentos nas próximas semanas, já que o combustível inevitavelmente se reflete na maior parte dos produtos.
Distribuidoras e postos de combustíveis no Paraná e em Estados do Norte e Nordeste, mais dependentes de importações, vinham enfrentando problemas de abastecimento, devido à diferença do preço praticado no Brasil e a cotação internacional do petróleo. Em Minas, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), não há risco de desabastecimento. De acordo com a entidade, postos de marca própria tiveram problemas, porém eles foram sanados e representam um "índice irrelevante".
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