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Sérgio Camargo nega racismo em morte de congolês e o chama de ‘vagabundo’; família vai processá-lo

13/02/2022 às 21h55
Por: Redação
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O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, criticou a repercussão da morte do congolês Moïse Kabagambe em uma série de postagens no Twitter, nessa sexta-feira (11). Na semana passada, Moïse foi espancado até a morte, após cobrar um pagamento atrasado na barraca de praia que trabalhava, no Rio de Janeiro. Sérgio Camargo afirmou que o trabalhador “andava com pessoas que não prestam” e “em tese”, o chamou de “vagabundo”. A família da vítima afirma que processará Camargo.

Na sua postagem, Carmargo nega que o racismo tenha sido o motivo do assassinato do congolês. “Moïse andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava”, disse.

O caso gerou comoção pública quando os vídeos da agressão foram divulgados na internet. No dia 24 de janeiro, Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi agredido com pauladas de tacos de beisebol e foi amarrado e sufocado até a morte pelas pessoas da barraca onde trabalhou. Os três homens envolvidos na agressão irão responder por homicídio doloso duplamente qualificado.

Entretanto, em suas redes sociais, Sérgio Camargo afirma que a repercussão do assassinato é por causa de “um herói fake” que a “esquerda” criou para a “causa antirracista”. O presidente da Fundação Palmares, órgão do governo que tem como missão a promoção e preservação da cultura negra e afro-brasileira, continuou defendendo que não são todas as vidas que importam. “As vidas de bandidos não importam. Importam as vidas honestas. De qualquer cor”, disse no Twitter.

Processo contra Sérgio Camargo

A família de Moïse Kabagambe afirmou que irá processar Sérgio Camargo por suas postagens nas redes sociais chamando Moïse de “vagabundo”. O presidente da Fundação Palmares também disse nas postagens que: “A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava”, escreveu.

Além disso, nessa sexta-feira, a família do trabalhador assassinado desistiu de assumir os quiosques onde Moïse trabalhava, na Barra da Tijuca. Eles haviam ganhado a concessão dos quiosques nessa segunda-feira (7) e transformariam o local em uma homenagem a Moïse. Entretanto a família desistiu alegrando medo de represálias. 

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