Após um início de ano com recordes semanais de novos casos de Covid-19 e sobrecarga de atendimentos ambulatoriais no sistema de saúde, Minas Gerais começa a observar uma queda nos registros de diagnósticos positivos da doença em fevereiro. Nos primeiros 40 dias do ano, foram 707.537 cidadãos contaminados com a transmissão, em ritmo ainda não visto, pela variante ômicron.
Em algumas regiões, a tendência de redução nos indicadores é mais latente, como no Triângulo Mineiro, Sul, Vale do Aço e Central, segundo o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti. Em Belo Horizonte, o alívio também é notado nos números que monitoram a pandemia. Nesta quarta-feira, como reflexo da melhora no quadro epidemiológico, a prefeitura retirou a obrigatoriedade de apresentação de teste negativo para a doença em eventos com mais de 500 participantes.
Agora, o laudo indicando a não contaminação pela doença só será apresentado por quem não tomou a vacina contra a Covid-19 ou por pessoas que receberam apenas uma dose de imunizantes. Na capital mineira, a taxa de ocupação das enfermarias saiu do nível crítico nesta semana após um mês com os indicadores em alta, mesmo com o fechamento de 40 leitos.
Já o índice de RT, que mede a velocidade de transmissão da doença, atingiu o menor patamar desde o ano passado e está em 1,0, próximo da zona de controle quando os números ficam abaixo da marca atual.
O painel de monitoramento de casos da Secretaria de Estado de Saúde apresenta uma curva em descida no gráfico de casos diários de Covid desde o final de janeiro. No dia 28 do mês passado, o Estado alcançou o recorde de cidadãos positivos em único dia, de 40.753.
Já nesta quarta-feira, foram 26 mil diagnósticos confirmados, indicando a movimentação de queda. “Estamos vendo uma desaceleração. Podemos dizer sim que estamos em momento inicial da queda de incidência (do vírus). Devemos vivenciar nos próximos dias uma constante queda na transmissão”, analisa Baccheretti em entrevista a OTEMPO.
O chefe da pasta de saúde de Minas acredita que passada a onda da ômicron o Estado não deve viver um repique na transmissão de Covid-19, mesmo com a confirmação de circulação no Brasil da sub-linhagem BA.2 da ômicron.
“Novas variantes virão, mas a expectativa é de que, com o avançar da vacinação, e com boa parte da população já infectada pelo vírus, especialmente agora pela ômicron, a gente passe a enfrentar o vírus com maior naturalidade, sem grande pressão aos sistemas de saúde”, prevê o secretário.
Apesar da redução na transmissão do coronavírus, Baccheretti diz que não há previsão de flexibilização de protocolos sanitários como o uso da máscara em locais abertos, por exemplo. “É possível que aconteça assim que normalizar a taxa de incidência e as internações”, assinalou. A perspectiva é a mesma do presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano.
O médico, que também integra o comitê de enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte, afirma que as flexibilizações dependem de um movimento contínuo de queda na transmissão e nos indicadores de ocupação de leitos. “Entretanto, é preciso torcer para que não apareça nenhuma nova variante que possa colocar em xeque tanto a imunidade conferida pelas vacinas, quanto pelas variantes já passaram em nosso meio”, diz Urbano.
A redução nos indicadores da pandemia em Belo Horizonte começou a ser apresentada na semana passada. Dados do boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura nesta quarta-feira (9), mostram que os atendimentos em unidades de pronto-atendimento (UPAs), Centros de Saúde e em consultas virtuais registram uma queda brusca de 72%, saindo do patamar de 34 mil pacientes na semana passada, para 9 mil nesta semana, em dados ainda parciais.
No gráfico que monitora o registro de novos casos de Covid na cidade a cada 100 mil habitantes, a média saiu de 395,7 diagnósticos em 29 de janeiro para 371,2 nesta terça-feira e 347,3 nesta quarta-feira. “Precisamos de mais tempo, talvez duas semanas, para entender se esse cenário vai continuar ou se vamos ter alguma mudança. Mas tudo leva a crer que estejamos saindo do pior momento”, explicou o infectologista.
Apesar da desaceleração na transmissão, a rede pública e particular ainda têm 1.049 pacientes hospitalizados, sendo que a maioria,774, está em leitos de enfermaria exclusivos para Covid. A taxa total de ocupação está em 65,8%, abaixo do nível crítico.“A sobrecarga ambulatorial foi absurda dentro dos hospitais, mas muito menor em internações do que poderia ter sido se não tivesse vacina”, garantiu Estevão Urbano.
Sete Lagoas
Em Sete Lagoas os indicies diminuíram, comparando os números de quarta-feira da semana passada com os números de hoje.
Na quarta-feira da semana passada dia 02 de fevereiro foram registrados 453 caso e dois óbitos, nesta quarta-feira 09 de fevereiro foram registrados 387 casos sem óbito, já os leitos de ocupação destinados a UTI Covid-19 continuam 100% ocupados.
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