Políticos de diferentes ideologias prestaram homenagens nas redes sociais e em outros meios ao arcebispo Desmond Tutu, que faleceu, aos 90 anos, neste domingo (26).
Tutu marcou a história por sua luta pelos direitos humanos, meio ambiente, direitos da população LGBTQIA+ e contra o racismo. Ele deixa a esposa, Nomalizo Leah, e quatro filhos.
O ativista recebeu, em 1984, o Nobel da Paz por fazer oposição não-violenta ao apartheid, regime aplicado na África do Sul onde era proibida a convivência de negros e brancos nos mesmos espaços, com favorecimento dos brancos nas posições de poder. Ele era amigo próximo do também sul-africano, ativista e Nobel da Paz Nelson Mandela.
No Brasil, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) publicou em seu perfil que Tutu "dedicou a vida a enfrentar o racismo e a desigualdade na África do Sul e no mundo. Sua mensagem de amor ao próximo e justiça seguirá sempre viva em nós".
A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) lembrou que o arcebispo "foi incansável na luta por direitos iguais e libertação de Nelson Mandela".
O ganhador do Nobel da Paz e um dos mais importantes líderes contra o odioso regime racista do apartheid na África do Sul, o arcebispo Desmond Tutu, faleceu hoje de câncer. Tutu foi incansável na luta por direitos iguais e libertação de Nelson Mandela. pic.twitter.com/bU8KQiCGOj
— Benedita da Silva (@dasilvabenedita) December 26, 2021
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata à presidência nas eleições de 2022, também fez uma homenagem a Tutu: "Lamentamos a morte do Nobel da Paz, o sul-africano Desmond Tutu. Ele lutou contra o Apartheid na África do Sul".
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), também publicou uma mensagem em memória do arcebispo.
"A esquerda apropriou-se da luta contra o racismo e a colocou a seu serviço. Enquanto finge defender os negros, fomenta o ressentimento, o revanchismo e a divisão. Nesse contexto, Desmond Tutu foi rara e edificante exceção. Promoveu a pacificação, não a 'pauta'. Descanse em paz", escreveu Camargo no Twitter.
Em comunicado à nação, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, destacou a importância de Tutu para o país.
"O falecimento do arcebispo emérito Desmond Tutu é outro capítulo de luto na despedida de nossa nação a uma geração de destacados sul-africanos, que nos legou uma África do Sul libertada", afirmou.
Ramaphosa expressou ainda, "em nome de todos os sul-africanos", sua "profunda tristeza com a morte" de uma figura essencial da história sul-africana.
O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, publicou que o Nobel da Paz "foi um mentor, um amigo e uma bússola moral para mim e para muitos outros".
“Um espírito universal, o arcebispo Tutu inspirou-se na luta pela libertação e pela justiça em seu próprio país, mas também se preocupou com as injustiças em outros lugares”, completou Obama, acrescentando que Tutu sempre buscou “encontrar a humanidade em seus adversários”.
No Twitter, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, expressou "profunda tristeza" pela morte do arcebispo. "Foi uma figura chave na luta contra o apartheid e na luta para criar uma nova África do Sul. E será lembrado por sua liderança espiritual e bom humor irreprimível", escreveu Johnson.
O líder espiritual do Tibete, Dalai-Lama, prestou igualmente suas homenagens destacando que Tutu "foi um ser humano extraordinário".
"Suas contribuições para a luta contra a injustiça, local e globalmente, se comparam apenas à profundidade de seu pensamento sobre a construção de futuros libertadores para as sociedades. Ele foi um ser humano extraordinário. Um pensador. Um líder. Um pastor."
O Papa Francisco declarou tristeza com a notícia do falecimento de Tutu e, por meio da imprensa do Vaticano, enviou uma mensagem: "Consciente do seu serviço ao Evangelho por meio da promoção da igualdade racial e da reconciliação na África do Sul, o Papa confia a sua alma à amável misericórdia do Deus Onipotente".
A Fundação Nelson Mandela trouxe a memória do senso de humor e riso contagiante de Tutu.
"Desmond Tutu foi um personagem único. Seu senso de humor e o riso contagiante ajudaram a resolver muitas situações críticas na vida política e eclesial da África do Sul. Ele foi capaz de quebrar quase todos os impasses e compartilhou conosco o riso e a graça de Deus muitas vezes".
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