Moradores de Santiago Del Estero, na Argentina, se reuniram para matar vacas e distribuir pedaços de carne que estavam em um caminhão que envolveu-se em um acidente. Momentos antes, um trem bateu no veículo que transportava o gado. Alguns animais conseguiram escapar, mas outros ficaram feridos na carga, e uns chegaram a morrer. Uma multidão se formou em volta do caminhão para roubar a carne bovina.
Segundo o La Nacion, várias pessoas saíram de suas casas com facas para retirar pedaços das vacas. Um vídeo mostra moradores da região sujos de sangue e em cima da gaiola que transportava o gado, cortando pedaços dos animais e jogando para quem aguardava embaixo.
O motorista do caminhão não notou que um trem passava quando o acidente aconteceu em Pinto, município de Santiago Del Estero. Depois do acidente, alguns animais conseguiram escapar e correram pelas ruas da cidade, entretanto, a maioria ficou presa, morreu ou se feriu.
Aqueles que ainda estavam vivos acabaram sendo sacrificados no local pelos moradores minutos depois do acidente. Alguns animais tinham ficado presos nos ferros e madeiras da gaiola que os transportava. Dezenas de pessoas levaram pedaços em sacolas, caixas ou carregando nos ombros.
Quem passou pelo local sem saber do acidente se deparou com homens com facas na mão e ensanguentados, correndo enquanto levavam pedaços de carne para casa. O motorista do caminhão, Antonio Eduardo Corrado, 44, acabou sendo internado, e o do trem foi levado ao hospital como precaução.
Mesmo no hospital, o motorista que transportava o gado conseguiu dar sua versão dos fatos à polícia: “Eu nunca vi o trem, nunca o vi, e quando vi, ele já estava nos trilhos”. O impacto do trem no caminhão foi tão forte que acabou praticamente partindo o veículo que carregava as vacas em dois.
O gado vinha de uma fazenda do município de Tostado, província de Santa Fé, e o trem transportava soja. Um especialista em bem-estar animal do Conselho Argentino de Carne Sustentável lembrou que o sacrifício e corte de animais da gado deve ser feita em local específico.
Segundo ele, a prática é feita em “frigoríficos autorizados com regulamentações rígidas quanto ao bem-estar animal para matar, padrões rígidos de higiene e supervisão de um veterinário para garantir a segurança e qualidade alimentar da carne”.
“Nada disso aconteceu e, além disso, foi cometido um crime de maltratar aqueles animais”, acrescentou o especialista.
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