Após a cervejaria Heineken anunciar nesta segunda-feira (13), a desistência de construir uma fábrica da empresa em Pedro Leopoldo. De acordo com informações, na Reunião da Câmara Municipal de Sete Lagoas da manhã desta terça-feira (14), o vereador Caio Valace disse que o Município está disposto a receber a cervejaria Heineken, tendo já proposto a doação de um terreno para a instalação da fábrica em Sete Lagoas.
O Site Mega Cidade enviou questionamento à Prefeitura para saber se confirma a informação e até o presente momento não houve resposta.
A Prefeitura de Curvelo também manifestou o desejo da vinda da empresa para o município. Em seu perfil do Instagram, o prefeito Luiz Paulo publicou que a cidade tem a malha viária perfeita, água subterrânea e muitos consumidores (VEJA ABAIXO!)
Igualmente o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC), publicou em suas redes sociais que a cidade vai formalizar manifestação de interesse no recebimento da planta produtiva da empresa. Além da publicação, em um áudio que circula nas redes sociais, o prefeito disse que já conversou com um diretor da empresa, deixando a cidade à disposição.
Por outro lado, também o vereador de Uberaba, Túlio Michelli (PSL), entregou ainda ontem ofício ao vereador Fernando Mendes (MDB), líder do Governo Municipal, solicitando ações para que Uberaba possa atrair a fábrica da cervejaria. Uberaba já conta com unidade da Cervejaria Petrópolis, fabricante das cervejas Crystal, Lokal, Itaipava, Black Princess, Petra, entre outras.
Entenda o caso
A decisão da empresa de não mais construir a fábrica em Pedro Leopoldo ocorreu após um imbróglio envolvendo o empreendimento, que foi embargado na Justiça pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também abriu inquérito civil público para apurar a situação.
A construção da fábrica da Heineken em Pedro Leopoldo foi anunciada em dezembro de 2020 e comemorada pelo governo de Minas, diante da perspectiva de um investimento de R$ 1,8 bilhão no Estado.
A empresa formalizou o pedido de licenciamento ao governo mineiro em junho deste ano, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), e recebeu autorização para iniciar as obras dois meses depois. A secretaria afirma que, segundo as informações apresentadas pela empresa, não haveria indício de dano irreversível às cavidades da Lapa Vermelha.
Já o ICMBio avaliou que as informações apresentadas pela Heineken foram insuficientes e que a obra pode ter potencial de impacto ambiental, por isso aguarda novos dados da empresa. No último mês, o Ministério Público também abriu inquérito civil para apurar possíveis impactos ao patrimônio cultural da região com a instalação da fábrica.
A principal preocupação do MP era com o sistema hidrológico da região. Além disso, o órgão alegava temor em relação a impactos negativos e poluidores do sítio arqueológico. Bem próximo do local em que seria construída a fábrica foi descoberto o crânio de Luzia, fóssil humano mais antigo das Américas. O MP, inclusive, chegou a recomendar à Semad a suspensão da licença.
Na semana passada, a pasta informou que não aceitou a recomendação, mantendo a licença, mas que realizaria uma construção conjunta com o MP para se chegar à melhor definição para o caso.
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