Um projeto que acumula sete hortas comunitárias está gerando renda para 320 famílias em Sete Lagoas, Minas Gerais. O programa criado pela prefeitura da cidade há 40 anos reúne 24 quilômetros de plantio de hortaliças e leguminosas orgânicas.
Com a pandemia e o aumento da fome e da insegurança alimentar, o projeto passou a doar a OSCs (Organizações da Sociedade Civil) e contribuir para aliviar o problema no município, provendo alimentação saudável e gratuita a diversas famílias.
Segundo Warley Raimundo de Paula, superintendente de agropecuária e abastecimento de Sete Lagoas, o Horta Social surgiu dentro do projeto das hortas comunitárias.
"Com a pandemia, várias instituições OSC do município começaram a produzir marmitas para doações em comunidades mais afetadas pela crise sanitária. Sendo assim, em uma roda de conversa com o prefeito Duílio de Castro e o vereador Caio Valace resolvemos criar uma alternativa para ajudar", explicou a Ecoa.
Alimento para 800 pessoas
Para tanto, as hortas comunitárias passaram a contribuir de forma voluntária com hortaliças e leguminosas, mas mantendo o objetivo principal de geração alimentos e sensibilização dos produtores locais.
"O programa tenta mudar o hábito alimentar, como também sensibilizar a população a respeito da segurança alimentar no município. Os horticultores estão se sentindo como cidadãos que geram solidariedade. E estão muitos orgulhosos de saberem que levam comida para mais de 800 pessoas por dia", disse.
As sete hortas comunitárias estão divididas por diferentes regiões da cidade. Para fazer parte do trabalho, os produtores são selecionados pelos Cras (Centro de Assistência Social). Em seguida, recebem treinamento e são absorvidos pela horta comunitária mais próxima de sua residência.
"Eles recebem a terra, água e energia elétrica gratuitamente. A única contrapartida é de fornecer alimentos para as escolas municipais", continuou o superintendente.
Doação para produção de marmitas
Os agricultores contribuem com a destinação de produtos plantados para as OSCs, que produzem e doam refeições para a população vulnerável. A doação desses alimentos ajuda economicamente a produção das refeições, uma vez que todo o processo é feito de forma voluntária.
Otacílio Cardozo, da Associação dos Recicladores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis de Sete Lagoas, contou que recebe as doações duas vezes por semana. "É importante a criação de hábito do consumo de hortaliças junto à alimentação diária e hoje isso é realidade em nossa entidade. O pessoal que recebe não dispõe de recurso para a comprar em supermercado ou sacolões", disse.
A Associação de Catadores de Materiais Recicláveis também se beneficia das doações. Tatiane da Silva, uma das coordenadoras da entidade, afirmou que a ajuda é importante e auxilia 17 famílias que trabalham com reciclagem. "Eu agradeço muito em nome de todos nós. Recebemos duas vezes na semana e eles ainda levam até a gente. É um trabalho muito bacana e necessário", destacou.
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