Um grande passo foi dado em novembro com a participação do governo de Minas, através da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), na Convenção dos Municípios Brasileiros, em Lisboa. A iniciativa, que integra o Programa Reviva Turismo, busca internacionalizar Minas, atraindo investimentos e turistas para o Estado.
Em Lisboa. um dos principais destaques foi a cozinha mineira. Um jantar – promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) – foi preparado pelo chef Édson Puiati para cerca de cem convidados selecionados a dedo, entre autoridades, investidores, empresários e imprensa.
Segundo Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL-BH, a importância de um evento como esse é divulgar Minase Belo Horizonte como destinos turísticos e lincá-los à gastronomia. “A cozinha mineira é um bem valioso na atração de turistas, principalmente para Belo Horizonte, que é Cidade Criativa da Unesco pela gastronomia”.
”Minas também montou um estande na feira e participou de reuniões de negócios com a cadeia produtiva do trade português. “Começamos com Minas para Minas, depois Minas para o Brasil e agora Minas para o Mundo”, afirma o secretário Leônidas Oliveira, que tem focado desenvolver para o Estado um projeto de marketing turístico oportuno e eficiente.
Minas não só mostra seus atrativos para o Brasil e o mundo, mas trabalha para transformar a cozinha mineira em patrimônio imaterial do Estado, revelando seus aromas, produtos, técnicas e sabores. O governo mineiro quer mostrar como nossa cozinha original, criativa e identitária pode ser um fator de desenvolvimento socioeconômico para o Estado e gerador de emprego e renda.
Plano Estadual
O pontapé inicial foi dado pelo governador Romeu Zema com o lançamento em fevereiro do Plano Estadual de Desenvolvimento da Cozinha Mineira, visando articular iniciativas de poder público, setor privado e sociedade civil para criar e promover políticas públicas para o fomento, posicionamento e fortalecimento da gastronomia mineira.
“Cerca de 30% de nosso turismo vem da gastronomia. É interessante porque é possível entrelaçar Minas por todos os circuitos, a partir da cozinha mineira, mostrando modo de fazer, modo de comer, modo de estar, festas, todo o aparato que é a cozinha mineira”, afirma Oliveira.
O plano, construído de forma coletiva pela Frente da Gastronomia Mineira, propõe a implantação de políticas públicas e privadas voltadas para a gastronomia mineira. Para Édson Puiati, presidente da Frente, a cozinha mineira é mais do que alimento, tem história, relações familiares, memórias degustativas. Não só falo dos pratos, mas do modo de fazer, das quitandas, tudo precisa ser protegido”, destaca.
São 72 iniciativas, com o valor total estimado em R$ 163 milhões para serem executadas até 2024, entre elas a criação de linha de financiamento, por meio do BDMG, para micro e pequenas empresas, criação de um atlas da gastronomia e reconhecimento da cozinha mineira como Patrimônio Cultural de Minas.
Mineiridade
“Estamos entre os dez destinos mais hospitaleiros do mundo. E muito disso se deve à gastronomia, ao afeto e à mineiridade da qual ela é centro. Com certeza, o plano vem para sacramentar mais ainda esse destino turístico interessante que é o nosso Estado. Para mim, é um orgulho termos algo que é da nossa terra e que nos distingue de outros Estados”, enfatiza Oliveira.
Nossa cozinha sempre foi sinônimo de acolhimento, afeto, hospitalidade e diversidade. Tanto que, segundo pesquisa do Observatório do Turismo Mineiro (OTM), da Secult-MG, mais de 30% dos turistas que visitam o Estado afirmam que se lembram de Minas Gerais por seu maior ícone culinário – o pão de queijo.
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