O Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, começa a ser pago hoje. O valor médio do benefício é de R$ 218, mas a quantia pode chegar a R$ 400. Os 14,5 milhões de famílias brasileiras já participantes do Bolsa Família vão receber o auxílio. Em Minas Gerais, mais de 1 milhão de núcleos familiares vão ter acesso à grana.
Há quem esteja com muito medo de não receber mais o benefício federal. Esse é o caso, por exemplo, de Edimara Clarisse, de 23 anos. A renda do até então Bolsa Família era o único dinheiro que a jovem recebia – R$ 300.
Ela está desempregada e mora em um cômodo construído por ela mesma, em um assentamento, na região Oeste de BH. O marido, Cláudio Valério, de 25, ajuda na renda familiar com o que recebe como catador de recicláveis. O casal tem dois filhos, de 1 e 5 anos.
“Só fiquei sabendo que nada vai mudar, vou continuar sacando normalmente com o meu cartão, mas, mesmo assim, a gente fica com medo. Sem o benefício, meus filhos passam fome”, afirmou. Ela revelou ainda que o que o marido ganha é pouco. Eles estão juntando o dinheiro para construir o teto do banheiro.
Novos cadastros
A promessa é incluir outras 3 milhões de famílias no Auxílio Brasil – totalizando 17 milhões. A pessoa que deseja se inscrever deve procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), com os seguintes documentos: certidão de nascimento, certidão de casamento, CPF, carteira de identidade, carteira de trabalho e título de eleitor.
“O que me resta é rezar” Franciele Valério Borges, de 24 anos, não está registrada no CadÚnico e, por isso, não terá acesso ao Auxílio Brasil. A jovem está desempregada e grávida de oito meses. Ela, o marido Sérgio Henrique, de 30 – que também está desempregado –, e os filhos de 7 e 11 moram em um assentamento, na região Oeste de BH.
Eles contavam com o auxílio emergencial, que acabou em outubro. “O que me resta é rezar para minha família não passar fome”, disse.