O primeiro paciente a receber o soro anti-Covid produzido pelo Instituto Butantan e em testes no Hospital do Rim, em São Paulo, está respondendo bem ao tratamento e não teve efeitos colaterais, segundo a GloboNews.
O paciente é um homem transplantado de 65 anos e optou-se por mantê-lo no hospital, apesar de o quadro de Covid ser leve.
Para receber o soro, a pessoa tem que estar com Covid leve já que o medicamento, espera-se, vai prevenir evolução para um quadro grave.
Análise
Os testes do soro anti-Covid serão realizados no Hospital do Rim e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), ambos localizados na cidade de São Paulo. Todos os voluntários participantes serão adultos com mais de 30 anos e com diagnóstico de infecção por Covid-19 confirmado por PCR, no máximo, nos cinco dias anteriores. O soro é intravenoso, ou seja, é inserido na veia em uma única aplicação.
Os ensaios serão feitos em duas fases e três etapas. Na fase 1, o estudo vai envolver 30 pessoas transplantadas de rim, pacientes do Hospital do Rim (etapa A); e 30 pacientes oncológicos do Hospital das Clínicas, com câncer de órgão sólido (etapa B). Na fase 2, participarão 558 pessoas, entre transplantados de órgãos sólidos e pacientes oncológicos, todos fazendo terapia imunossupressora (etapa C).
“O foco do soro anti-covid nos imunossuprimidos é uma contribuição do Butantan para fornecer tratamento a um público numeroso que tem dificuldades na sua imunização e, em muitos casos, não pode tomar vacina. Além disso, são pessoas bastante afetadas pela Covid-19, com uma taxa de mortalidade que pode ser superior a 65%”, destacou o instituto em nota.
O cavalo
O Butantan explicou que o soro foi obtido por meio da aplicação do antígeno em cavalos, algo comum na produção de soro rico em anticorpos. "Como um dos maiores produtores de soros da América Latina, o Butantan conta com um espaço dedicado à manutenção de cavalos, a Fazenda São Joaquim, em Araçariguama, São Paulo". O local abriga cerca de 900 animais que atuam na produção de 13 tipos de soros, entre antiofídicos (contra veneno de cobra), antiescorpiônico (escorpião), antiaracnídico (aranhas e escorpião), antitetânico (tétano), e antirrábico (raiva);
Resumidamente, o processo funciona a partir do vírus cultivado e inativado em laboratório (que não causa a doença) inoculado nos cavalos, que respondem produzindo anticorpos. O plasma do animal é coletado e passa por várias etapas até ser, de fato, transformado no soro.
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