As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 estão previstas para os dias 21 e 28 de novembro, mas, para muitos, os estudos já estão a todo vapor. O problema é que essa preparação pode ter um efeito negativo sobre a saúde mental de muitos jovens, principalmente em um ano atípico como este. Segundo uma pesquisa promovida pelo C6 Bank e Datafolha, publicada em junho, 64% dos estudantes brasileiros se sentem mais ansiosos em 2021.
Apesar de ser uma companheira comum dos vestibulandos, a ansiedade pode ser extremamente prejudicial. Como ela tem um grande potencial para reduzir o foco, a motivação e a autoestima, os estudos tendem a se tornarem menos produtivos. Quando a pressão pelo bom desempenho na prova se torna grande demais, ela pode ainda causar problemas como depressão e síndrome do pânico em longo prazo.
Fernanda Abreu é responsável técnica pela clínica-escola de psicologia do Centro Universitário Newton Paiva e também atua com Orientação Profissional e de Carreira. Segundo ela, a psicoterapia é uma boa opção para manter o equilíbrio psicológico durante a preparação. "É um ambiente seguro para trabalhar as angústias e encontrar soluções, utilizando principalmente o autoconhecimento como ferramenta. É tratamento e também prevenção de uma série de problemas que envolvem a saúde mental, não apenas em situações de pressão e estresse", avalia.
Mas, a especialista ressalta que não se deve pensar no tratamento da ansiedade como uma receita de bolo. Enquanto a terapia é a melhor opção para uns, outros podem encontrar em atividades, como esportes, instrumentos musicais e meditação, um refúgio mental. "É bastante particular. O importante é encontrar atividades saudáveis, que permitam uma abstração, e encaixá-las na rotina para evitar que os estudos se tornem uma obsessão", declara Fernanda.
O papel dos pais
Diante da angústia dos filhos com o vestibular, muitos adultos optam por intervir. Mas a especialista alerta que esse momento exige um pouco mais do que boas intenções. Segundo ela, existem incontáveis formas de ajudar, seja contratando serviços ou mesmo oferecendo palavras de conforto. Mas o verdadeiro desafio é encontrar a alternativa mais adequada.
"Neste momento, uma atitude impulsiva ou baseada em experiências de terceiros pode acabar gerando conflitos em vez de ajudar. Para evitar que o estudante se sinta sufocado, a melhor opção é o acolhimento. Quando se investe na observação e no respeito do espaço, ele mesmo se sente à vontade para se abrir, facilitando a identificação da melhor forma de intervir", finaliza Fernanda, da Newton Paiva.