Um tempo que quase não tínhamos nada e ao mesmo tudo tínhamos tudo. Não tínhamos luxo, mas, éramos mais unidos. Não comíamos carne todos os dias, porem riamos mais. Não conhecíamos praia e nem viajávamos de avião. No entanto, quem nunca se divertiu com bolinhas de gude, bonecos feito com manga, pipa, futebol com bola de lobeira, pegador, polícia e ladrão, esconde-esconde, amarelinha, pula toco, rouba bandeira, carrinho de rolimã, quem nunca brincava na enxurrada e muito mais...
Não era a falta da internet que nos chateava, mas, era a professora nos obrigando a aprender tabuadas de cor, a conjugação dos verbos, os pretéritos perfeitos e imperfeitos do português; era o colega nos colocando apelidos, o irmão nos dedurando para os pais.
Aos domingos, ah os domingos... tínhamos que ir à igreja querendo ou não querendo.
Era de manhã e à noite, e ai de nós se reclamássemos e exigíssemos os nossos “direitos”, com certeza uma surra acompanhada da famosa frase. “Quem manda na sua vida sou eu”. Na igreja nos assentávamos como adulto e nos comportávamos como pessoas grandes, orávamos juntos, cantávamos os hinos e ouvíamos o pregador. Os mais velhos, todos, eram respeitados porque nossos pais diziam: “Respeite os mais velhos,menino! ”.
Nosso respeito Deusse manifestava de varais formas, mas, principalmente com nossas roupas e comportamentos.
Que absurdo nossos pais fizeram isso! Sim faziam.
E graças primeiramente a Deus e depois a eles, crescemos aprendendo sobre honra, companheirismo, desejo vencer na vida, valores primordiais como Deus e família, honestidade e respeito.
Hoje podemos sim falar de apostasia, um termo que retrata distanciamento, afastamento, renegação, abandono..., não somente da fé em Deus e o de congregar em uma igreja, mas também das demais coisas.
Muitas vezes há quem diga: “Sou evangélico.” Mas não participam do culto. Outros afirmam: “Sou católico. ” Mas se ausentam da missa. E ainda há outros que afirmam: “Sou cristão”, mas jamais procuraram entender sobre os fundamentos da fé cristã.
Os educadores podem até afirmar que é Conflito de gerações e etc, mas uma coisa é certa: nos transformamos em homens e mulheres certos do que queríamos e vencemos, não foi fácil; aliás nunca foi, mas mesmo assim não nos prostramos diante das nossas fragilidades, e foi justamente por causa delas que nos tornamos cada vez mais fortes.
Em nome do progresso, essencial e proveitoso em várias áreas da vida; regredimos em outras.
Enfim, é bom o saudosismo, nos faz lembrar de onde viemos para valorizarmos o que somos; contudo precisamos deixar um legado...
“...agora permanece a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor. ”
(1 Coríntios 13:13)
Pastor Francislei Mercês - Pr da Igreja Batista SHALOM
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