O prefeito de Barão de Cocais, na região Central de Minas Gerais, Décio Geraldo dos Santos (PSB), conhecido por Décio Dentista, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por ter furado a fila da vacina contra a Covid-19. O mandatário do executivo municipal se imunizou contra a doença em 15 de fevereiro deste ano, quando estava prevista a vacinação de idosos e de profissionais da saúde diretamente envolvidos no combate à pandemia.
Com isso, o prefeito contrariou o Plano Nacional de Imunização e o plano elaborado pela própria cidade. De acordo com o MPMG, ele pode ir à prisão pelo crime de responsabilidade. A mulher do prefeito também recebeu a vacina contra a Covid-19 de maneira irregular, no dia 25 de fevereiro deste ano.
A denúncia apresentada pela Procuradoria de Justiça Especializada no Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais alega que o prefeito “com o poder de gerência sobre a política de vacinação e ciente das normas atinentes, decidiu ser vacinado, bem como determinou que sua esposa igualmente o fosse, em detrimento dos indivíduos que deveriam e mereciam receber a vacina em primeiro lugar.”
No processo, Décio declarou que estava exercendo atividade de dentista quando foi vacinado. Entretanto, o Ministério Público declarou que as investigações não conseguiram encontrar provas de que o prefeito atuava como dentista na época. A mulher dele sequer é registrada como dentista, como Décio alegou ser.
Por meio de nota, o prefeito confirmou que foi vacinado, mas disse que estava dentro do plano. “Somos dentistas e fomos vacinados, assim como demais profissionais, após todos os da linha de frente do Serviço Público no combate à Covid. Outros dentistas e trabalhadores da saúde também receberam a primeira dose naquele momento. Meu trabalho como dentista, graças a Deus, é conhecido por todos e minha esposa, além de profissional atuante, é diretora da clínica onde trabalhamos”, declarou.
Recebimento de doses
A cidade recebeu a primeira remessa de doses da vacina contra a Covid-19 em 11 de fevereiro deste ano. Os 609 imunizantes contra a doença foram destinados a idosos e profissionais da saúde que trabalhavam diretamente no combate à pandemia.
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