Crise econômica deixa até o café com leite mais caro

Na casa da Sheila Cunha, de 49 anos, o café da manhã é sagrado. Mas a alta dos preços dos produtos do lanche tem pesado no bolso da família. “O pão, o leite e o café estão muito mais caros. Não dá pra deixar de comer, né? Aqui em casa, a gente tem comprado menos pão, fazemos bolo e procuramos marcas mais baratas”, diz.

Só para se ter ideia, o pacote de café de 500 g custava, em média R$ 8, no início do ano. Atualmente, o valor já chega a mais de R$ 10, segundo o Mercado Mineiro (aumento de 9%). Uma pesquisa feita pelo site mostrou a disparada no valor de outros itens do lanche. O valor do quilo do pão de sal saltou de R$ 14 para R$15,40 – na comparação entre o primeiro semestre de 2020 e o mesmo período deste ano, uma alta de 10%. O leite não ficou pra trás. O valor do litro foi de R$ 4,32 para R$ 5,01, no mesmo período. 
 

“O preço do leite subiu muito e afetou os derivados, como manteiga e queijo. Além disso, tem o café, que sofreu muito com a geada e já estava aumentando muito”, explicou o economista e diretor do site, Feliciano Abreu
 

O diretor não está otimista. Ele explicou que os prejuízos do frio não chegaram, inteiramente, ao consumidor. “Embora esse aumento ainda não tenha chegado às prateleiras, ele virá”, finalizou

Macete

A dica de Feliciano é pesquisar incansavelmente. “O consumidor não pode se acomodar. Eu sei que o cenário de desemprego e pouco dinheiro é desanimador, mas é na diferença dos preços de um estabelecimento para o outro que conseguimos economizar. O ideal é procurar a melhor oferta e aproveitar as promoções”, alerta.

“Pingado” deve ficar mais caro nas padarias
O café com leite na padaria só não está mais caro porque os comerciantes têm “segurado” os aumentos para evitar que os estabelecimentos fiquem às moscas. 

“Fizemos um reajuste nos preços, no fim do ano passado. Até agora, mantivemos. Mas com o aumento expressivo do leite, um dos nosso principais insumos, e do café, vai apertando a margem. Vai ser necessário passar essa conta para o consumidor a partir do próximo mês”, disse Bruno de Paula Ferreira, de 34 anos, sócio de uma padaria no Barreiro. 

Segundo o economista, Feliciano Abreu, os custos para quem produz estão em alta e incluem, além dos insumos, a energia elétrica e o gás.

“Há uma pressão muito grande de todos os lados, e uma hora esse comerciante não vai conseguir segurar. É muito ruim pros estabelecimentos e péssimo para o consumidor”, diz.

Trocas mais baratas ajudam

 

A nutricionista Ramiele Calmon explicou que o café da manhã é fundamental e não pode ser retirado. Isso porque a refeição mantém o equilíbrio do organismo e evita a ingestão de muitas calorias ao longo do dia. Por causa do aumento dos preços, ela sugere trocas.