O fenômeno Manto da Massa 113, com a torcida atleticana comprando 100 mil camisas na última semana em quatro dias, garantirá ao clube uma arrecadação maior que as bilheterias das últimas três temporadas em que o Atlético teve público em todos os seus jogos como mandante.
Em 2020, os torcedores tiveram acesso aos estádios apenas até o início de março, pois na metade do mês o futebol brasileiro foi paralisado por causa da pandemia pelo novo coronavírus. As partidas voltaram a ser disputadas, mas com portões fechados, somente a partir do final de junho, sendo que em Minas Gerais o retorno foi na segunda quinzena de julho.
A conta dos 100 mil Mantos da Massa vendidos é simples, pois o processo começou apenas com sócios Galo na Veia e com o preço de R$ 199,90. Assim, o valor bruto arrecadado é de cerca de R$ 20 milhões. A projeção alvinegra é de que entre líquido no cofre alvinegro entre 50 e 60% deste valor.
Comparação
Em 2019, último ano completo em que os clubes puderam ter torcida no estádio, o Atlético arrecadou, nas 39 partidas em que foi mandante, disputando Módulo I Campeonato Mineiro, Copa do Brasil, Série A do Campeonato Brasileiro, Copas Libertadores e Sul-Americana, R$ 17,9 milhões.
Nos 39 jogos, o Galo vendeu 742.792 ingressos. O tíquete médio foi de R$ 24.
Quando se recorre aos dois anos anteriores, a diferença é ainda maior. Em 2018, quando não disputou a Libertadores e foi eliminado da Sul-Americana e Copa do Brasil de forma precoce, as 31 partidas disputadas como mandante tiveram arrecadação bruta de apenas R$ 8,6 milhões. Foram 510.600 pagantes e preço médio do ingresso a R$ 16.
Em 24 horas de venda do Manto da Massa, 35 mil unidades foram comercializadas, gerando uma receita bruta de R$ 7 milhões.
Na temporada 2017, quando jogou a Libertadores, caindo nas oitavas de final, e tinha um time com medalhões como Robinho e Fred, foram 35 partidas como mandante e R$ 15,5 milhões arrecadados bruto.
Esses 35 jogos tiveram um público pagante total de 513.956, gerando o maior tíquete médio dos três anos, R$ 30.
Neste domingo (18), o número de Mantos da Massa vendidos pelo Atlético já superou os 105 mil. O sucesso da camisa fará com que este número seja bem maior, e com um valor arrecadado maior, pois agora quem não é Galo na Veia pode adquirir a camisa, mas pagando mais caro por ela.
Análise
“Tivemos nos últimos quatro dias um recorde histórico dentro do clube, com a Massa chegando à marca inédita de cem mil camisas vendidas em quatro dias, sendo que no ano passado foram necessários sete dias. Isso é prova de que eles acreditam no projeto que está sendo construído pelo Galo, por sua diretoria e pelo colegiado”, comemora Leandro Figueiredo, diretor de negócios do clube.
Para o dirigente, o projeto Manto da Massa 113, que teve a camisa vencedora revelada na semana passada, quando começaram as vendas, mostrará ao torcedor uma nova realidade, pois o clube aprendeu com a primeira edição, em 2020, e se preparou, principalmente para a entrega, uma grande reclamação do atleticano em 2020.
“Para este ano nos programamos, trouxemos uma equipe multidisciplinar que está envolvida de ponta a ponta desde a concepção do projeto à sua implementação, contratamos empresas de logística em âmbito nacional para a gente ser fiel à data prevista de entrega, que será a partir da primeira semana de novembro. Na semana passada já estive na fábrica, discutindo material. Este ano estamos muito mais preparados, com uma equipe muito maior”, revela o dirigente alvinegro.
Responsável por inaugurar uma nova relação do clube com o torcedor, o Manto da Massa está sendo responsável por uma arrecadação dupla do Atlético, segundo Leandro Figueiredo, num momento de grande dificuldade financeira dos clubes por causa da pandemia pelo novo coronavírus.
“Melhoramos muito a relação com o torcedor. O Galo na Veia no início do ano passado tinha em torno de 20 a 22 mil sócios, com o Manto da Massa 2020 deu uma arrancada e nos últimos dias crescemos mais de dez mil sócios. É uma demonstração da torcida de que eles acreditam no processo e para um Atlético cada vez mais forte é importante ter adesões ao programa de sócio torcedor”, garante o executivo atleticano.
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