A equipe de jornalismo do Megacidade.com, esteve nesta manhã de quinta-feira (15), com o Presidente do sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas Ernane Dias em busca de mais informações relativo às demissões em massa que aconteceram no início desta semana na Iveco.
Para o presidente do sindicato Ernane Dias, a tragédia anunciada já era esperada pela entidade, mas não nessa proporção. Segundo ele, tudo começou no mês novembro de 2015 quando o Ministério Público de Minas Gerais através do promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Amaurí Artimus da Matta proibiu as vendas do minibus Fiat Ducato no estado e Minas Gerais.
O MP estava investigando o caso desde 2014, a decisão de proibição das vendas se baseou em evidências de que o veículo apresentava vício de qualidade. A segunda motivação foi o não atendimento de diversas demandas de clientes pela substituição da peça defeituosa. O veículo apresentava rachadura no cabeçote e o problema já era velho conhecido dos clientes.
Mesmo após a Fiat Iveco solucionar o defeito, as vendas do minibus Ducato despencaram em todo País, perdendo confiança e competitividade no mercado. Antes da ação do MP, a linha de produção do Fiat Ducato em Sete Lagoas chegou produzir 170 veículos por dia, hoje é produzido em média 15 veículos dia. Como a linha de produção do Ducato emprega em média de 500 trabalhadores; novas demissões poderão acontecer.
No início da semana, a Iveco demitiu cerca de 300 funcionários, a maioria da linha de produção do veículo Ducato, segundo informações, a montadora ainda pretende demitir em média 500 funcionários, podendo afetar também a linha de produção dos veículos pesados devido à baixa nas vendas.
Em setembro de 2015, durante audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) juntamente com o sindicato dos metalúrgicos de Sete Lagoas, a Iveco afirmou estar tendo um prejuízo de 11 milhões de reais e que estaria com um número excedente de 500 funcionários, a montadora disse ainda, que o banco de horas da empresa ultrapassa 500 mil horas de trabalhadores que estariam recebendo aguardando em casa uma segunda ordem para voltar para as atividades na empresa devido a pouca demanda na fabricação dos veículos.
De janeiro a julho de 2016, a Iveco demitiu cerca de 400 funcionários, em novembro mais 35 foram demitidos, agora no mês de dezembro, mais 300 funcionários foram demitidos.
O sindicato informou que está buscando orientações das bases em Brasília e Rio de Janeiro, no sentido de buscar alguma solução para os trabalhadores demitidos, além de garantir todos os direitos que foram acordados com a montadora.
Assista entrevista completa com o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas Ernane Dias:
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