O futebol brasileiro começa a voltar aos eixos na noite desta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), na Arena do Grêmio. Apesar do luto e da dor pelas 71 mortes na queda do avião da Chapecoense na semana passada, nos arredores de Medellín-COL, a bola precisa voltar a rolar. E o primeiro jogo oficial depois da tragédia é justamente uma final de Copa do Brasil. Em Porto Alegre, o Atlético tenta uma reviravolta contra o Grêmio. Depois de perder por 3 a 1 no Mineirão, o Galo vai com o lema do ‘eu acredito’ na ponta da chuteira para tentar conquistar o bicampeonato da competição.
Antes do jogo, as bandeiras da Chapecoense, do Brasil e da Colômbia, local da tragédia, serão levadas ao gramado. De mãos dadas com os jogadores, crianças vestirão uma camiseta branca com os dizeres ‘Força, Chape’. Um minuto de silêncio será respeitado com os atletas postados no círculo central. O telão da Arena exibirá imagens da Chapecoense. Além disso, os uniformes de árbitros e dos finalistas carregará o escudo do clube catarinense.
Para conquistar a taça no tempo normal, o Atlético precisa da vitória por três gols de diferença. Se vencer por vantagem de dois gols, o título será definido nos pênaltis. Qualquer outro placar dá ao Grêmio o fim do jejum de 15 anos sem levantar um troféu de expressão.
A missão é complicada para o Atlético. Mas foi assim também durante as campanhas vitoriosas da Copa Libertadores de 2013 e da Copa do Brasil de 2014. O sofrimento já faz parte do ‘pacote’ de vida do torcedor alvinegro. Mas o aprendizado que ficou das últimas conquistas é de acreditar até o fim. Assim, os jogadores vão em busca da taça na Arena do Grêmio.
O Atlético tem motivos para se motivar. Um deles é a mudança de treinador. Diogo Giacomini assumiu o time no lugar de Marcelo Oliveira após a derrota no Mineirão. O técnico interino trouxe ânimo novo para o time. Com a semana a mais de preparação que o time ganhou por causa da tragédia com a Chapecoense, o comandante tentou construir uma equipe mais sólida no meio-campo, capaz de combater as investidas rivais e ter superioridade numérica no setor, situação tática que praticamente definiu o primeiro jogo da decisão.
O trabalho do treinador foi elogiado pelo zagueiro Erazo. “Estamos gostando do trabalho dele. Tem poucos dias, mas é um esquema que gostamos, que colocamos em prática nos treinos. A gente fala com os atacantes e eles falam conosco. O intuito é chegar bem no jogo, saber marcar e fazer gols, ter a bola. Nosso time está preparado para fazer a virada. Vai ser um jogo muito disputado”, disse o equatoriano.
A escalação do Atlético é mistério total. O técnico Diogo Giacomini levará para o vestiário a dúvida entre jogar com três volantes ou com apenas dois jogadores no setor. Em nomes, a indecisão do treinador é entre Júnior Urso e Luan. Um deles começará no banco de reservas.
Pelas palavras de Rafael Carioca, o Atlético tentará espelhar o esquema de jogo do Grêmio, que atua com três volantes. Se entrar em campo dessa forma, o Galo terá Luan no banco.
“O que o Diogo conversa com a gente é para a gente tentar espelhar, fazer o que o Grêmio vem fazendo, ter a bola. O Grêmio fez isso no Mineirão, teve mais jogadores no meio-campo. É importante ter a posse de bola, para descansar e jogar. O Diogo detectou o problema e a gente treinou muito durante esse período. Treinamos a posse de bola, a maioria numérica. Ele conseguiu resolver alguns problemas”.
Na equipe gaúcha, a expectativa é uma só: conquistar a taça e encerrar um incômodo jejum de 15 anos sem conquistas de âmbito nacional. O último título do Grêmio em campeonatos que tinham representantes de todo o Brasil foi em 2001, quando a equipe faturou o tetracampeonato da Copa do Brasil.
Para o duelo com o Atlético, apenas um desfalque: o suspenso Pedro Rocha, que balançou as redes duas vezes na ida da final. Com isso, Everton, que marcou o terceiro gol gremista no Mineirão, assume a titularidade.
O técnico Renato Gaúcho confirmou que, com excessão da mudança forçada pela expulsão de Rocha, a equipe será a mesma. Dessa forma, a trinca de volantes formada por Wallace, Ramiro e Maicon, que tanto incomodou o Atlético, jogará junta novamente.
A preparação gremista foi encerrada nessa terça-feira, com um treino descontraído. Poupados, o lateral-direito Edílson e o zagueiro Pedro Geromel não participaram da atividade. No entanto, estão confirmados na equipe.
GRÊMIO
Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Kannemman e Marcelo Oliveira; Wallace, Ramiro, Maicon e Douglas; Luan e Éverton
Técnico: Renato Gaúcho
ATLÉTICO
Victor; Marcos Rocha, Gabriel, Erazo e Fábio Santos; Leandro Donizete, Rafael Carioca, Júnior Urso (Luan), Maicosuel e Robinho; Lucas Pratto
Técnico: Diogo Giacomini
Motivo: 2º jogo da final da Copa do Brasil
Estádio: Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Data e Hora: 7 de dezembro, às 21h45
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Marcelo de Carvalho Van Gasse (SP) e Kléber Lúcio Gil (SC)
Mín. 16° Máx. 28°