Com a distribuição das vacinas da Pfizer pela primeira vez para outros municípios além de Belo Horizonte, Contagem e Uberlândia, as duas cidades com maior população do Estado depois da capital, receberam mais doses que os demais municípios: foram 3.510 unidades para cada uma. Betim, Juiz de Fora, Montes Claros e Uberaba, cujo tamanho da população vem em seguida no ranking, receberam 2.340 cada. Já a maioria das 47 cidades selecionadas (41) obteve 1.170 unidades do imunizante.
Para distribuir as 64.350 doses, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) não se baseou na estimativa de pessoas pertencentes a grupos prioritários da vacinação, como antes. Por ora, receberão doses apenas cidades com mais de 79 mil habitantes que têm equipes capacitadas – essa vacina demanda mais cuidados que as demais – e com possibilidade de aplicar todas as unidades em até quatro dias.
Por recomendação do Ministério da Saúde, os imunizantes da Pfizer devem ser usados em pessoas com comorbidades, incluindo grávidas e puérperas, e pessoas com deficiências permanentes. Como a quantidade dessas populações varia, a cobertura será diferente mesmo entre cidades que receberam a mesma quantidade de doses. Contagem e Betim conseguirão vacinar menos de 5% dos grupos com as vacinas recebidas, enquanto cidades que receberam menos unidades, como Sete Lagoas, vacinarão mais de 11% desses grupos.
‘Melhor’ vacina
A vacina da Pfizer apresentou eficácia global – proteção de qualquer infecção pelo vírus, em qualquer grupo – de 95% nos estudos clínicos. As vacinas Coronavac e da AstraZeneca têm eficácia global de 50% e 76%, respectivamente. Isso não quer dizer, porém, que proteja mais, porque os efeitos da vacinação dependem da imunização coletiva.
“É difícil fazer uma comparação entre estudos porque eles foram feitos de maneiras diferentes”, pondera o microbiologista Luiz Almeida, do Instituto Questão de Ciência. A Pfizer usa o método do RNA mensageiro, estimulando o organismo a produzir uma “imitação” de parte do coronavírus para treinar a defesa do corpo.
“Se conseguirmos controlar a transmissão, se as pessoas tiverem a consciência de que precisam usar máscara e manter o distanciamento, teremos resultados mais rápidos do que no ritmo (da vacinação) de hoje”, avalia Mellanie Fontes-Dutra, pós-doutoranda em bioquímica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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