Minas Gerais já registra falta de vagas em hospitais. A informação é do governador do estado, Romeu Zema (Novo), que anunciou, nesta terça-feira (16), o colapso do sistema de saúde em terras mineiras. O mandatário ainda declarou que o governo não tem mais capacidade de realizar transferência de pacientes entre hospitais de regiões distintas e que a salvação depende unicamente da mudança de comportamento das pessoas.
“Qualquer pessoa pode ir hoje em um hospital para ver pessoas implorando por atendimento médico”, informou Zema, depois de revelar que o estado tem quase 200 pacientes aguardando, diariamente, por uma vaga em unidade de saúde. A dificuldade de atendimento, de acordo com o governador, inclui a região Central, Belo Horizonte e a região metropolitana, mesmo sendo as localidades com o maior número de hospitais no estado.
Todas as regiões do estado estão, agora, na onda roxa, fase com medidas mais extremas para brecar o avanço da Covid-19. O novo secretário de estado de Saúde, Fábio Baccheretti, lamentou o comportamento das pessoas: “Vem caindo o isolamento e por isso digo que a onda roxa não pode ser uma cor no mapa – regiões com onda roxa não estão conseguido isolamento suficiente, pois população não vem respeitando – é difícil”, reclamou.
O secretário fez um apelo à população: “Todo mundo cansado, mas é para os hospitais respirarem. São 15 dias de grande sacrifício – vai vir a vacinação e com o tempo vamos recuperar o convívio. Tem que ser uma mudança de comportamento de todo mundo – cada cidadão mineiro precisa entender isso – não adianta fechar comércios se as pessoas não mudarem os hábitos”, implorou.
“Quem sai de casa e provoca aglomeração está colocando a vida dos outros em risco”, falou, categoricamente, o governador do estado. “Se não tivermos espírito humanitário, daqui a pouco as filas saem do hospital e vão para as ruas. Será que é isso que queremos?”, questionou Zema.
“Precisamos ter humanidade neste momento. É necessário termos conscientização – não é algo fácil, mas o momento demanda isso, para não estarmos matando conhecidos meus ou não”, pediu o gestor estadual. Ele reforçou que, passado um ano de pandemia, acredita que é muito difícil alguém que não tenha alguém da família ou do círculo de convívio contaminado ou falecido – por isso, implora por consciência.
O secretário da Saúde anunciou, ainda, que o governo está se esforçando para conseguir mais leitos – mas que faltam profissionais de saúde. “Nós temos uma nítida progressão do tamanho da fila. Saem pessoas e entram novas pessoas e estamos na tentativa de expansão de leitos”, afirmou.
Ele reforçou, contudo, o esforço dos profissionais de saúde durante um ano de pandemia. “Além dele não ter convívio social como a população, ele, todos os dias, resiste a pandemia que acaba com saúde de todo mundo”.
A fase de restrições ainda mais rígidas foi anunciada no início deste mês para algumas regiões específicas – até então, as regiões com cenários mais graves eram enquadradas na onda vermelha, que não impunha restrições de circulação, por exemplo. Agora, no entanto, os municípios podem avançar para um estágio ainda mais grave, e, nesse caso, são colocados na onda roxa – todas as cidades mineiras, inclusive, entrarão nessa onda a partir de amanhã. A medida, com determinações rigorosas, foi criada diante do risco de um colapso do sistema de saúde, com tem sido observado em outros estados.
Entre as restrições previstas pela onda, está a proibição de circulação de pessoas que não se deslocam para atividades essenciais; o toque de recolher das 20h às 5h; a proibição de reuniões presenciais, inclusive de pessoas da mesma família que não moram juntas; entre outras. Confira o que será vetado em todo o estado a partir de quarta:
De acordo com o Governo de Minas, são consideradas atividades essenciais:
Mín. 18° Máx. 31°