O governo britânico anunciou, neste domingo (28), que identificou seis casos de contaminação pela variante brasileira do novo coronavírus. Essa é a primeira vez que a variante, identificada como P.1 e que surgiu na cidade brasileira de Manaus, foi detectada no país.
A informação foi divulgada pelo jornal The Telegraph. Dois seis casos, pelo menos dois ocorreram na região de South Gloucestershire e têm histórico de viagens para o Brasil, segundo o jornal. Outro caso na mesma região ainda segue sob investigação. O governo anunciou que testará pessoas próximas aos casos identificados.
Ainda de acordo com o jornal The Telegraph, a agência do Departamento de Saúde do Reino Unido, o Public Health England (PHE), está traçando o histórico de todos os passageiros que chegaram ao país vindos de um voo de São Paulo, via Zurique, que pousou em Londres no dia 10 de fevereiro. Outros três casos com a variante foram identificados na Escócia, mas segundo o PHE, não têm ligação com os outros três casos.
MAIOR CARGA VIRAL
Uma análise feita por cientistas da Fiocruz Amazônia mostra que essa variante P.1 do coronavírus surgida no Amazonas gera maior carga viral em adultos infectados quando comparados com adoecidos por outras linhagens do coronavírus. A constatação de uma maior carga viral significa que é maior a transmissibilidade do vírus a partir da variante P.1, o que contribui para que ele se espalhe mais rapidamente. Esse estudo científico indica medidas não-farmacológicas – como distanciamento social, uso de máscara e higienização – como capazes de frear a rápida propagação da P.1. O método para investigação, como detalhou o cientista Tiago Gräf, partiu da criação de um PCR próprio para identificação das variações do vírus. “
A Fiocruz Amazônia desenvolveu um teste de PCR para diferenciar a linhagem P.1 das outras linhagens. Com isso foi possível testar centenas de amostras e observar o crescimento exponencial dessa VOC (sigla em inglês para ‘variante de preocupação’) a partir de dezembro”. Uma comparação feita entre taxas de transmissibilidade da linhagem detectada na população amazonense no mês de abril e da P.1 pontuou que a primeira espalhou-se por um grupo de indivíduos nunca expostos à Covid-19, enquanto, por outro lado, a segunda teve uma transmissibilidade maior mesmo com a imunidade de parcela da população.
“Para melhor entender o que levou P.1 a este sucesso na disseminação, comparamos a quantidade de vírus nas amostras dos pacientes P.1 e não P.1. A comparação dos pacientes mostra claramente que a infecção por P.1 gera maior carga viral em adultos”, afirmou Gräf. (Com agências)
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