Um estudo preliminar realizado no Centro de Controle de Doenças da Colúmbia Britânica (BCCDC), no Canadá, indica que mesmo antes da segunda dose, a vacina contra a COVID-19 produzida pela Pfizer/BioNTech, do tipo RNA mensageiro, se mostrou altamente satisfatória, apresentando eficácia vacinal de 92,6%. A eficácia comprovada após a segunda dose é de 94%.
Os pesquisadores canadenses também analisaram o imunizante da Moderna, de mesmo formato, e também relataram uma eficácia de primeira dose de 92,1%.
O estudo sinaliza para a possibilidade de um adiamento seguro da segunda dose das vacinas da Pfizer e da Moderna, aumentando o alcance das campanhas de vacinação que fazem uso desses imunizantes num momento de alta demanda e escassez de insumos e suprimentos.
“Com uma primeira dose tão altamente protetora, os benefícios derivados de um suprimento escasso de vacina poderiam ser maximizados adiando segundas doses até que todos os membros do grupo prioritário recebam pelo menos uma dose”, diz o estudo preliminar divulgado pelo The New England Journal of Medicine.
Os pesquisadores ressaltam que a eficiência registrada foi encontrada a partir da segunda semana da imunização pela primeira dose e que ainda há incerteza sobre a duração da proteção com uma dose única.
No Brasil, o imunizante da Pfizer foi negado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e ironizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A Pfizer anunciou que chegou a oferecer 70 milhões de doses de sua vacina ao governo brasileiro em agosto do ano passado. O acordo não foi selado.
Em setembro de 2020, a farmacêutica britânica encaminhou uma carta ao governo brasileiro insistindo para que o país fechasse negócio mais rapidamente com a empresa de vacinas. Em 11 de fevereiro, Pazuello esteve presente em sessão plenária no Senado Federal para prestar esclarecimentos sobre ações contra a COVID-19 adotadas pela pasta e o planejamento da vacinação no Brasil.
Durante discurso, o ministro falou sobre cada um dos imunizantes disponíveis e as negociações com a pasta. Ao citar a Pfizer, ele fez duras críticas pelos entraves impostos para a venda da vacina no país. Segundo ele, as condições impostas foram “leoninas”. Ele também afirmou que, apesar dos problemas advindos da necessidade do imunizante, que precisa ser armazenado a uma temperatura de -80ºC, o empecilho seria o contrato.
Em dezembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro questionou os possíveis efeitos colaterais das vacinas contra o coronavírus, tomando como exemplo a da Pfizer/BioNtec, e afirmou que não há garantia de que ela não transformará quem a tomar em “um jacaré".
“Lá no contrato da Pfizer, está bem claro: nós (a Pfizer) não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu”, disse Bolsonaro na época.
A Pfizer/BioNTech enviou no início do mês o pedido para o registro definitivo da vacina contra a COVID-19 à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Quando finalizado, o registro concedido pela Anvisa será o sinal verde para que a vacina seja comercializada, distribuída e utilizada pela população, nos termos da indicação estabelecida na bula.
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