O Reino Unido se tornou nesta terça-feira o primeiro país ocidental a iniciar uma campanha de vacinação contra o coronavírus, um dia histórico para os laboratórios Pfizer e BioNTech, que começam lá a comercialização mundial de sua vacina contra a covid-19.
“Será o “dia V”, de vacina… Ou de vitória”, disse o ministro da Saúde, Matt Hancock.
A idosa Margaret Keenan, britânica de 90 anos, tornou-se a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Reino Unido. Ela recebeu a dose da parceria Pfizer/Biontech em um hospital em Coventry, região central da Inglaterra, na manhã desta terça-feira (8). Na próxima semana, ela completará 91 anos.
“Sinto-me muito privilegiada por ser a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19”, disse Keenan. “É o melhor presente de aniversário antecipado que eu poderia desejar porque significa que posso finalmente esperar passar um tempo com minha família e amigos no Ano Novo, depois de estar sozinha na maior parte do ano.”
País mais afetado pela pandemia na Europa em termos absolutos, com 61 mil mortes, o Reino Unido começou imunizando idosos e trabalhadores da linha de frente da luta contra o vírus, juntando-se assim à Rússia e China, que já iniciaram a vacinação.
Em um primeiro momento, a campanha do Reino Unido será implementada apenas em hospitais, devido à necessidade de manter a vacina a uma temperatura muito baixa, entre -70ºC e -80ºC. Depois serão estabelecidos 1.000 centros de vacinação.
A rainha Elizabeth II, de 94 anos, e seu marido, o príncipe Philip, de 99, estarão entre os primeiros a receber a vacina.
A campanha de vacinação será mais parecida com “uma maratona ou uma corrida de fundo, mais do que uma corrida de velocidade”, advertiu o diretor médico do Serviço Nacional de Saúde (NHS), Stephen Powis.
O Reino Unido pediu 40 milhões de doses desta vacina, suficientes para 20 milhões de pessoas, já que cada indivíduo deve receber duas doses com 21 dias de diferença.
Isto representa menos de um terço de sua população (66,5 milhões), mas o país conta com a autorização em breve de outras vacinas, especialmente a britânica da AstraZenaca/Oxford, para ampliar a campanha de imunização.
Os Estados Unidos pretendem dar luz verde às vacinas até o fim do mês, enquanto Bélgica, França e Espanha planejam campanhas de vacinação para janeiro, também com foco inicial nos mais vulneráveis.
Neste momento, existem atualmente 51 vacinas candidatas, 13 delas em fase final de testes clínicos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que disse nesta segunda-feira que a vacinação não deveria ser obrigatória, exceto em circunstâncias profissionais específicas.
Na China, o laboratório Sinovac Biotech anunciou nesta segunda que receberá um financiamento de 515 milhões de dólares do grupo chinês Sino Biopharmaceutical para desenvolver sua vacina, a CoronaVac, da qual espera produzir 600 milhões de unidades até o final do ano.
A vacina está na fase 3 de ensaios clínicos em vários países, como o Brasil, onde o estado de São Paulo pretende iniciar a imunização em 25 de janeiro com a CoronaVac.
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