O presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, rebateu nesta quarta-feira (2) a declaração do ex-superintendente de Relações Institucionais e Governamentais do clube, o deputado estadual Léo Portela (PL), de que foi descoberto um esquema de desvio de material esportivo na Raposa. Léo ainda afirmou que a investigação, realizada por ele e pelo ex-segurança celeste Miltão, foi interrompida quando "chegava às portas" de Benecy Queiroz, que exerce funções administrativas na Toca II.
Em entrevista ao programa Rádio Esportes, da Itatiaia, Sérgio respondeu que, diferente do que disse Portela, não há "provas robustas" do esquema. "O Cruzeiro fica surpreso com esse assunto vindo à tona agora, uma denúncia que surgiu ainda quando o Léo estava no Cruzeiro, por volta de junho, julho. Ao nos relatar, obviamente a gente instaurou uma investigação. Diferentemente do que foi falado, não vimos provas robustas nenhuma. Vimos, sim, falhas em algumas coisas. Por exemplo: a câmera do almoxarifado não funcionava. Difícil atribuir porque não funcionava, atribuir a quem. Nós consertamos. Criamos outros mecanismos de controle", afirmou o mandatário.
Segundo o dirigente, havia uma pessoa que afirmou que comprava o material, mas que não apresentou provas. "Nós falamos 'então filma, apresenta alguma coisa, porque é uma acusação muito grave, ainda mais porque envolve muita gente, muita gente que tem muito tempo de casa. Mostra para a gente como isso acontecia'. Essa pessoa, o máximo que ela fez, foi falar 'eu dou uma declaração por escrito'. E pronto, fez isso. E uma declaração por escrito, pura e simples, não vale nada", explicou.
O presidente também rebateu a afirmação do ex-superintendente, de que Miltão foi "compelido a sair" do clube após a investigação se aproximar de Benecy. "É uma falácia o que envolve o Miltão, é uma mentira. Eu, inclusive, falei com ele hoje. O Miltão saiu com uma rescisão amigável, porque ele quis sair. Ele tem um relacionamento ótimo com a diretoria até hoje. Só o próprio fato de colocar o Miltão no meio em uma coisa que não tem nada a ver, a gente já vê que a fala não merece muito crédito, infelizmente."
Sérgio afirmou que, se um associado tem provas de alguma situação ilícita no clube, tem a obrigação de procurar a polícia. "Qualquer sócio do Cruzeiro que souber de algo que esteja acontecendo tem o direito de pedir para instaurar o inquérito. Eu acho até que é uma obrigação. Não é só denunciar na mídia, a gente tem que buscar os meios corretos para que a justiça seja feita."
O que disse Portela
Nessa terça-feira (1º), o ex-superintendente de Relações Institucionais e Governamentais do clube revelou o caso em live no canal Somos Gigantes, no YouTube. "Conseguimos chegar até o cabeça desse esquema. Quando encontramos um nexo causal que chegava às portas do Benecy, isso (a investigação) foi tirado de mim. Enxergamos claramente, com toda a materialidade possível, um esquema pesado de roubo de material no Cruzeiro. Chegava até a responsabilidade de Benecy, porque no mínimo haveria a chamada culpa in vigilando, que é a culpa do Benecy por ele não ter vigiado da maneira correta algo que estava sob sua responsabilidade", relatou.
O deputado também respondeu ao presidente do Cruzeiro na tarde desta quinta-feira, por meio do Twitter.
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