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Internet é canal de vendas para sete a cada dez mulheres no país

Pesquisa do Sebrae mostra que 69% das empreendedoras recorreram a ferramentas digitais; com domínio total das redes sociais, desafio agora é ampliar tecnologia

08/09/2020 às 10h28 Atualizada em 08/09/2020 às 10h50
Por: Redação Fonte: O Tempo
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Com a pandemia, Sara Oliveira trocou as feiras pelo Instagram, mas agora quer investir em um site para vender suas plantas Foto: Ramon Bitencourt - O TEMPO
Com a pandemia, Sara Oliveira trocou as feiras pelo Instagram, mas agora quer investir em um site para vender suas plantas Foto: Ramon Bitencourt - O TEMPO

A pandemia mudou a forma como Sara Oliveira, 27, vende seus produtos. Dona de uma loja de plantas que antes comercializava exclusivamente em feiras, ela recorreu às redes sociais para manter o faturamento. As plataformas, por enquanto, têm sido a única ferramenta utilizada pela empresária. Sete a cada dez (69%) empreendedoras brasileiras têm usado a internet como canal de vendas durante o período de isolamento, mas só 32% utilizam ferramentas digitais mais avançadas para a gestão do negócio, segundo pesquisa do Sebrae.

Entre os homens, o total de empreendedores que usaram a internet para vendas durante a pandemia foi um pouco mais baixo (63%). Por outro lado, 68% deles usam as plataformas digitais, ou seja, mais do que o dobro em relação às mulheres.

A coordenadora nacional do projeto de empreendedorismo feminino Sebrae Delas, Renata Malheiros, afirma que existe uma familiaridade muito grande das mulheres com ferramentas mais simples como Instagram e WhatsApp, mas, quando o ponto exige mais tecnologia, a presença delas é menor. 

Segundo Renata, existem barreiras culturais por trás disso, uma vez que elas costumam empreender mais em segmentos com baixa intensidade tecnológica, como alimentos, bebidas, moda e beleza. “São áreas que não usam tanta intensidade de inovação e inteligência artificial. Por isso, a gente precisa aumentar a presença das mulheres nos setores de ciências exatas como engenharia, robótica, programação e o nanotecnologia”, observa Renata.

Sara já percebeu a importância de expandir as fronteiras da tecnologia. No começo da pandemia, ela entrou no meio digital quase que por acaso no início da pandemia, só com as redes mais básicas. “No início, eu não tinha condições de montar uma loja online, então eu criei um destaque no Instagram com informações para o cliente. Hoje, a gente precisa rever esse conceito”, relata. O próximo passo será criar um site para vender e contratar ferramentas de automação de postagens no Instagram.

A pesquisa também apontou que as mulheres têm se mostrado mais pessimistas do que os homens sobre o retorno dos clientes no pós-pandemia. Entre elas, 73% acreditam que menos da metade dos clientes voltará a comprar delas. Para a consultora de negócios digitais Danielle Soares, esse pessimismo pode estar relacionado ao medo de investir em novas tecnologias. 

“Acredito que, na maioria das vezes, os empreendedores têm medo de investir e não ver resultados. Ficam com o ‘pé atrás’ de pagar sem receber retorno suficiente”, analisa.

Para o consultor Alexandre Corrêa, o empreendedor precisa investir em conhecer seu público. “Não tem que ser como você (empreendedor) quer. É preciso entender onde ele (o cliente) está e o que ele quer. O segredo é teste e erro, e, muitas vezes, as pessoas podem ser resistentes a isso”, explica.

É esse tipo de estratégia que a produtora de joias Gabriela Aguiar, 30, está buscando. Responsável pela fabricação e venda, ela quer reorganizar as funções, com suporte digital. “Quero uma ferramenta de gestão de tarefas e de entregas, para que meu negócio funcione melhor online. Assim, organizarei melhor o tempo de receber as encomendas e sincronizar as entregas com os meus processos”, destaca. 

Otimização do tempo é convertida em ganhos

A consultora digital Danielle Soares ressalta que o maior benefício das ferramentas de automação de negócios é a otimização do tempo dos empreendedores. “Quando você ajusta essas ferramentas para trabalharem a seu favor, você monta um processo que praticamente faz tudo sozinho. Dispara mensagens sozinho, vende sozinho, busca o público certo sozinho. O maior gasto de energia será em avaliar as métricas”, afirma.

Nesse sentido, um destaque são as soluções de gestão de relacionamento com o cliente, chamadas de CRM na sigla em inglês. Por meio delas, o empreendedor pode armazenar e gerenciar todos os dados e contatos dos clientes, tanto dos que compraram quanto do público em potencial. E também pode criar estratégias específicas.

De acordo com a coordenadora nacional do programa de empreendedorismo feminino Sebrae Delas, Renata Malheiros, mesmo as opções mais comuns podem ser grandes aliadas para aumentar a competitividade do negócio. “Instagram e Facebook podem te ajudar a entender o comportamento do cliente, por meio do número de curtidas. O WhatsApp pode ajudar não somente a conseguir o cliente, como na venda e no pós-venda”, afirma 

No sentido de otimização, um outro grupo que pode melhorar o negócio é aquele vinculado à gestão financeira. “Desde o internet banking até aplicativos de projeções de venda e estoques”, diz Renata.

Sobrecarga prejudica o faturamento

Pesquisa do Sebrae revela que 49% das mulheres têm ensino superior completo, contra uma taxa de 40% entre os homens. Mas a vantagem não garante maiores ganhos. Apesar de serem mais escolarizadas, as empresas lideradas por mulheres faturam 22% a menos.

A coordenadora do programa de empreendedorismo feminino Sebrae Delas, Renata Malheiros, aponta o peso das questões culturais. “O tempo que elas dedicam ao negócio é 17% menor em relação aos homens. A justificativa está na nossa cultura. São elas que cuidam mais dos parentes, e as tarefas domésticas recaem muito mais sobre elas”, diz. “A pandemia jogou um holofote nessa questão, porque vimos que as crianças estão em casa, houve dispensa de ajudantes, e as mulheres estão ainda mais sobrecarregadas”, afirma. 

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