Enquanto 6% dos habitantes receberam o benefício no Norte de Minas em julho (média de R$ 37,80 por pessoa), esse índice chegou a 9,6% na região Sul do Estado (R$ 61,20), por exemplo.
Esses dados apontam para o aumento das dificuldades financeiras entre as famílias de regiões mais produtivas, onde um maior número de pessoas economicamente ativas passou a se encaixar nos critérios sociais do governo devido à crise agravada pelo coronavírus.
Segundo os últimos dados do Ministério da Cidadania e da Controladoria Geral da União (CGU), Minas registrava em julho um total de 3,9 milhões de empregos formais, enquanto 1,8 milhão de desocupados, informais ou autônomos receberam o benefício.
FORTUNA NA PANDEMIA
Apesar de alarmantes em relação ao mercado laboral, os dados reforçam a importância do Auxílio para os negócios nos municípios de pequeno porte. As cidades com menos de 20 mil habitantes receberam, em média, uma injeção direta de R$ 410 mil somente em julho.
Um bom exemplo é Fortuna de Minas, na região Central. “É triste falar isso, pelas circunstâncias tão trágicas, mas não há como negar que, do ponto de vista econômico, a pandemia foi positiva para nossa cidade”, avalia o prefeito Dr. Patrick Diniz – o município de 2,9 mil habitantes não registra vítimas da Covid-19 até este momento.
Profissional da medicina, o prefeito conta que as barreiras sanitárias impostas ainda em março levaram ao aumento do consumo interno, pois a população tinha o hábito de fazer compras em cidades vizinhas como Sete Lagoas. Além disso, a enorme maioria dos trabalhadores já estava no setor público ou na informalidade, em especial nos sítios e fazendas da região, praticamente em nada afetados pela crise.
Fortuna de Minas tinha 185 empregos em regime CLT antes da quarentena e viu esse número aumentar para 207 em julho (12%). Simultaneamente, 379 moradores contaram com o benefício do governo, o que representa 12,9% da população recebendo uma renda extra.
“A pizzaria que tinha um motoboy agora tem cinco. Até material de construção está em falta, porque tem gente aproveitando esse dinheirinho a mais para fazer uma pequena reforma, pintar uma parede…”, relata o prefeito.
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