O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta terça-feira, a prorrogação do auxílio emergencial em mais quatro parcelas de R$ 300. A decisão foi tomada após reunião com líderes partidários no Palácio da Alvorada e entrará em vigor com a publicação de uma Medida Provisória.
— O valor definido agora é um pouco superior a 50% do valor do salário mínimo, ou melhor, do Bolsa Família. Então, nós decidimos aqui, até atendendo a economia, em cima da responsabilidade fiscal, fixá-lo em R$ 300 — afirmou.
Bolsonaro reconheceu que o valor atual de R$ 600 não atende a todas as necessidades, mas voltou a dizer que ele "é muito para quem paga".
— Como vínhamos dizendo, R$ 600 é muito para quem paga, no caso o Brasil, e podemos dizer que não é um valor suficiente muitas vezes para todas as necessidades, mas basicamente atende.
Além de anunciar a prorrogação do auxílio, o presidente prometeu encaminhar a reforma adiministrtiva ao Congresso na próxima quinta-feira. O ministro da Economia, Paulo Guedes, que também participou da reunião, disse que o governo está fazendo o que é "possível" com os recursos disponíveis.
— Ao estender essa camada de proteção à camada da população brasileira, o presidente não deixou ninguém para trás e, dentro da nossa ideia do que é possível fazer com os recursos que nós temos, estender por quatro meses o valor de R$ 300 do auxílio emergencial. É importante, sinalizando para o futuro a retomada das reformas. A reforma administrativa é importante, como o presidente deixou claro desde o início, não atinge os direitos dos servidores públicos atuais, mas redefine toda a trajetória do serviço público para o futuro, um serviço público de qualidade, com meritocracia, com concursos exigentes, promoção por mérito. É importante que nós estamos não só com os olhos na população brasileira no curto prazo, mas toda classe política brasileira, pensando no futuro do país, implementando as reformas — disse Guedes.
Criado em abril por iniciativa do Congresso, o auxílio emergencial previa o pagamento de R$ 600 por três meses a informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados, além dos beneficiários do Bolsa Família. No fim de junho, o benefício foi prorrogado por dois meses.
Na avaliação da equipe econômica, essas pessoas ainda precisam de apoio, mas devido ao custo elevado do programa, de cerca de R$ 50 bilhões por mês, o valor do auxílio precisaria ser valor menor, o que vai exigir a aprovação do Congresso.
De acordo com o Ministério da Economia, o custo do auxílio está estimado em R$ 254,4 bilhões e até agora já foram desembolsados R$ 212,75 bilhões. A Caixa Econômica Federal pagou a quinta parcela do auxílio para os beneficiários do Bolsa Família em agosto; para os demais trabalhadores o cronograma para o saque continua em andamento.
As centrais sindicais divulgaram nota conjunta em que rejeitam a redução da parcela do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300. E afirmam que vão defender no Congresso a prorrogação do benefício até o fim deste ano no valor integral.
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