O mercado de aluguel em BH sofreu um duro baque com a crise provocada por conta da pandemia no novo coronavírus. Muitas pessoas foram dispensadas de seus empregos ou então sofreram uma redução considerável de sua renda, sobretudo no caso dos autônomos e afins. Até mesmo algumas empresas e estabelecimentos comerciais foram impactados por essa conjuntura.
Com efeito, a paralisação de uma infinidade de atividades por conta do coronavírus se ampliou nos últimos tempos e intensificou a procura por renegociação dos contratos de locação em diversas cidades espalhadas pelo país. Todos os dias, muitas imobiliárias e donos de imóveis tem recebido solicitações de inquilinos para flexibilizar os pagamentos de imóveis comerciais e residenciais.
A motivação mais relevante disso está no fato de que muitos locatários perderam sua renda, de forma parcial e até mesmo total. Isso ganhou força principalmente após a segunda metade do mês de março. Diante de um cenário como esse, muitos proprietários se mostraram dispostos a negociar os valores dos aluguéis.
A locação de imóveis e a crise decorrente da pandemia
A alternativa encontrada por muitos donos de imóveis e pelas imobiliárias está sendo a negociação sincera e amigável nesse período de crise. Trata-se de fato de uma situação completamente atípica, ou seja, fora do normal, porém os proprietários tem se mostrado mais abertos a negociação dos valores dos aluguéis, pois, até certo ponto, eles têm compreendido a situação em que seu inquilino se encontra.
A taxa de inadimplência mensal de alguns contratos de locação pode chegar a 4% ou 5%, até mais, dependendo da região na qual o imóvel se localiza.
Em boa parte das vezes, o processo de renegociação é mediado pelas imobiliárias e cada caso é analisado de forma personalizada, individual, uma vez que não há nada na legislação ou uma norma única a respeito do que fazer de um cenário como o que está sendo vivido atualmente.
Em diversas imobiliárias, uma porcentagem considerável de imóveis alugados atravessou alguma modalidade de negociação. A tendência é que esse tipo de medida ocorra ainda mais nas próximas semanas.
Com efeito, segundo um levantamento efetuado recentemente, antes da pandemia a quantidade de pedidos de negociação de aluguel era bem pequena. No entanto, neste exato momento, o volume da demanda está muito acima do esperado.
É interessante pontuar que esses pedidos de negociação são oriundos tanto de contratos de locação de imóveis residenciais, quanto de imóveis comerciais, igualmente. Ou seja, não é apenas a população em geral que tem sofrido com os efeitos financeiros negativos da pandemia, mas até mesmo as empresas e comércio em geral.
O processo de negociação
No caso dos imóveis comerciais, a depender do tipo ou nicho de empreendimento, o faturamento do negócio caiu de forma bastante drástica, chegando a zero em alguns casos. Em alguns imóveis alugados, o dono aceitou suspender temporariamente o pagamento do aluguel, por dois a três meses.
Entretanto, há casas para alugar em BH que tem tido uma enorme dificuldade em modificar os valores e continua em negociação aberta. Para os empreendedores que obtiveram a suspensão temporária do aluguel dá um respiro para atravessar esse momento tão crítico da pandemia do coronavírus.
Mesmos os negócios de porte maior se virão forçados a pedir a oportunidade de renegociar os valores. A economia gerada com a negociação dos valores dos aluguéis, condomínios e outras modalidades de taxas foi e será de grande utilidade e valia para esses negócios conseguirem segurar as pontas enquanto essa crise não passa e ajudar na retomada após seu encerramento.
Até o presente momento, não existe nenhuma medida jurídica que regule a situação dos aluguéis em meio à essa pandemia. Em Brasília, há um projeto de lei em tramitação no Congresso que vislumbra a proibição de despejos por atraso no pagamento do aluguel enquanto houver a pandemia. No entanto, esse projeto ainda não começou a vigorar.
A primeira coisa a se fazer para conseguir efetuar a renegociação do contrato de locação é procurar pela imobiliária na qual se fechou negócio. Se porventura não existir alguém que intermedia essa situação, recomenda-se fazer contato diretamente com o proprietário.
No presente momento, é muito mais válido que o reine o bom senso entre ambas as partes envolvidas. De fato, as condições desse novo acordo dependem unicamente da capacidade de negociação dos envolvidos, de seu nível de compreensão e da abertura em ceder quando e o quanto for necessário.
Todavia, é fundamental pontuar, na atual conjuntura, perder o locatário pode ocasionar prejuízos financeiros ainda maiores para o proprietário do imóvel. Isso devido ao fato de que, com uma recessão ser bem provável de acontecer, a demanda por imóveis tende a diminuir. Com isso, caso o dono do imóvel seja irredutível, ele perderá o inquilino e terá muitas dificuldades em encontrar outro facilmente nesse cenário, o que fará com que ele fique sem renda ou com a renda reduzida por um período mais longo, trazendo um prejuízo financeiro maior do que ele teria se tivesse cedido e aceitado negociar os valores.
No caso dos imóveis residenciais, há diversas imobiliárias que afirmam que existem muitos proprietários que estão aceitando diminuir temporariamente algo em torno de 20% a 30% do valor do aluguel. Isso inclui, obviamente, não apenas o aluguel de casas, mas igualmente o aluguel de apartamento em BH.
Por outro lado, quanto aos imóveis comerciais, os acordos realizados forneceram descontos em cima do valor da locação e também proporcionaram a suspensão temporária de pagamento. Todos os casos são analisados com cautela e profundidade, de forma individual e avaliando-se o perfil e situação de cada um dos empreendimentos solicitantes.
Em todos os casos, a recomendação geral é que os locatários façam um arrocho em suas despesas e economizem o máximo que puderem, a fim de dar conta do compromisso e tenham fôlego para quando as coisas retornarem à normalidade.
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