O Cruzeiro perdeu o prazo para o pagamento da dívida na Fifa referente ao volante Denilson com o Al-Wahda, dos Emirados Árabes, e foi punido com a perda de seis pontos no Campeonato Brasileiro da Série B. A CBF cumpriu a determinação da Fifa e já comunicou a decisão à Federação Mineira de Futebol (FMF).
A reportagem teve acesso ao documento e, pelo que apurou a reportagem, não cabe mais recursos. O valor devido é de 850 mil euros, com 5% de juros e mais 30 mil francos suíços de custas. A última notificação de pagamento exigia que o Cruzeiro fizesse o pagamento em 90 dias, mas o prazo venceu na última segunda-feira (18). A decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) é de 14 de maio de 2018.
Denílson foi contratado em 2016 e ficou apenas quatro meses. Ele defendeu o Cruzeiro em apenas cinco oportunidades. Na época, o português Paulo Bento era o treinador da Raposa.
O Cruzeiro confirmou que não cabe recurso, mas que ainda não foi comunicado oficialmente e continua trabalhando para resolver as pendências na Fifa.
Confira nota divulgada pelo Cruzeiro
"O Cruzeiro Esporte Clube segue trabalhando firmemente para evitar as consequências do não pagamento ao Al-Whada de mais de 5 milhões da dívida pelo empréstimo do volante Denilson, contratado em 2016. O prazo venceu nesta segunda-feira, 18. E por causa deste processo, que não cabe mais recursos na Fifa, o clube celeste pode sofrer a punição de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro. No entanto, a direção do Clube ainda não recebeu nenhuma comunicação oficial, e o Cruzeiro está finalizando a negociação com o clube dos Emirados Árabes. As tratativas com o Al-Whada vinham se desenvolvendo positivamente nas últimas semanas, embora a troca iminente na direção do clube, com as eleições para presidente na próxima quinta-feira, 21, também tenham colaborado para dificultar as negociações. Outra dificuldade, além da falta de receitas da Raposa, que teve seus recursos ‘varridos’ na antiga administração, é o atual momento, com a pandemia da Covid-19, o coronavírus. “Estamos negociando com o Al-Whada e vamos seguir até o último minuto, aguardando um desfecho positivo, para que o Cruzeiro não seja penalizado com a perda de pontos. Estamos vivendo um momento de exceção, em que o mundo está sofrendo com as consequências desta crise com o Coronavírus. Todos sabem da falta de recursos do Cruzeiro e o Clube teve suas receitas ainda mais comprometidas pela situação de pandemia”, explicou Sandro Gonzalez, CEO do Conselho Gestor, falando sobre as negociações com o clube árabe. “Vínhamos tentando um adiamento para o segundo semestre, mas os dirigentes do Al-Whada foram taxativos. Eles disseram que o processo corre há mais de quatro anos na Fifa e ninguém do Cruzeiro, nenhum dirigente neste período todo, procurou o Al-Whada para buscar um acordo. Eles disseram que se sentiram frustrados e descrentes, e que por isso não poderiam facilitar nada para o Cruzeiro neste momento. Nós explicamos a eles que o clube também foi uma vítima de tudo o que aconteceu nos últimos anos, que agora são outras pessoas que estão à frente da instituição, e que temos a total intenção de resolver. Já tínhamos tratativas avançadas desde a semana passada, e vamos fazer de tudo para evitar qualquer tipo de punição ao Cruzeiro”, ressaltou Sandro. Os dois pré-candidatos à presidência do Cruzeiro foram comunicados sobre a situação deste processo na Fifa."
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