Apesar de a CBF ter iniciado um leve movimento, a pedido até mesmo do presidente Jair Bolsonaro, para a retomada do futebol no Brasil em meio à pandemia do novo coronavírus, o prefeito de BH, Alexandre Kalil, garantiu que não permitirá jogos na cidade em um curto período de tempo. Ele garantiu que não pretende reabrir a capital mineira para eventos esportivos tão cedo.
Em entrevista ao programa SportsCenter, da ESPN Brasil, o prefeito e ex-presidente do Atlético disse que está amparado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como responsável por definir os rumos da gestão municipal. Questionado sobre a possibilidade de BH voltar a receber jogos de futebol, ele foi taxativo e assegurou que não permitirá tão cedo a prática do esporte na cidade.
“Aqui em BH, para voltar com o futebol, a FMF terá que conversar com o prefeito, que é quem manda na cidade e proibiu eventos. Aqui não vai abrir, a não ser que a Justiça mande. O prefeito não vai abrir, aqui não tem futebol. De acordo com o STF, quem manda na cidade é o prefeito. Se eles quiserem jogar na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, aí tudo bem. Aqui em BH ninguém vai jogar”, reforçou o chefe do Executivo municipal.
Nesta quinta-feira, o presidente da FMF, Adriano Aro, se reuniu com o governador Romeu Zema, para discutir plano de retomada no futebol no estado. Questionado sobre o assunto, Kalil manteve o posicionamento e até aproveitou para criticar os que defendem o relaxamento do distanciamento social, com a flexibilização para reabertura do comércio nas cidades.
“Falar em voltar alguma coisa agora, como o futebol, que envolve muita gente, pelo menos 200 pessoas em uma partida, além de mais 11 caras que vão se estapear dentro de campo, é um descolamento total da realidade. Ninguém sabe o que é corpo em saco plástico. Pensar em futebol, agora, é coisa de débil mental”, afirmou o prefeito.
EXEMPLO EM CASA
Ele ainda citou como exemplo a preocupação com um dos filhos, que é médico e está na linha de frente na batalha para curar os contaminados pelo novo coronavírus em BH. Ao mesmo tempo, Alexandre Kalil, criticado por parte da população que pressiona pelo fim do fechamento do comércio na cidade, elogiou a parcela de habitantes que respeita o distanciamento social e a necessidade de permanecer em casa.
“Eu estou à vontade para falar, pois tenho um filho médico, que está no hospital e que todas as noites eu tenho que rezar para que ele chegue bem em casa. E ficam falando em voltar o futebol? O povo brasileiro não conhece guerra. Tivemos uma olimpíada suspensa, não tivemos Copa do Mundo por causa de guerra. O futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes do mundo”, comparou.
“É muito importante a população de BH entender que ela está fazendo a diferença e que quanto mais ela ficar em casa, mais rápido nós vamos reabrir essa cidade. No caso da pandemia, são 20% de gestão pública e 80% da população, que sabe o risco que corre ao sair às ruas. Se a população de BH continuar respondendo bem nesse momento de crise, vamos sair bem dessa tragédia”, comentou.