O front de batalha contra o coronavírus acaba de ganhar um novo reforço. Além do trabalho incansável de profissionais como médicos e garis, um grupo de professores de colégios públicos e privados de Montes Claros, no Norte de Minas, se mobiliza para, voluntariamente, colocar no ar conteúdos educacionais com exercícios online para alunos que não querem ficar sem estudar neste período de isolamento social. O acesso é gratuito e feito de qualquer lugar, via internet.
De acordo com Willian Borges, professor, diretor de escola e integrante da ONG Doadoria - Doar com Sabedoria, o objetivo é oferecer aulas, selecionadas por educadores, para estudantes do sexto ano do Ensino Fundamental ao último ano do Ensino Médio que estão sem aulas nas redes particular e pública devido à Covid-19. Todo o material é embasado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e gerenciado por cada tutor diretamente nas turmas criadas na plataforma gratuita Classroom, do Google.
"Há muita coisa na internet, mas muita coisa errada e fora de ordem. Nesse projeto, o professor é um curador de conteúdo. Já estamos com 15 profissionais para as disciplinas de física, química, biologia e matemática. Precisamos de professores de redação, português e literatura", contou Borges, que é cientista da computação e gestor.
De acordo com ele, apesar de o projeto ter nascido em Montes Claros, professores de quaisquer cidades podem colaborar com a missão do grupo, que tem foco em manter os alunos entretidos, em casa e, ao mesmo tempo, com conteúdo educacional relevante. "Não é todo mundo que quer estudar nessas pseudoférias, mas aqueles que quiserem certamente estarão um passo à frente de quem ficar parado", disse.
Para participar, o aluno só necessita ter uma conta de e-mail no Gmail. A criação da conta é gratuita. Em seguida, deve baixar o app Classroom e digitar o código da turma que irá fazer parte. Os códigos de turmas disponíveis serão divulgados no site www.ficaemcasamg.com.br a partir desta quarta-feira (25).
Sou professor: o que devo fazer?
Já o professor interessado precisa cumprir requisitos como saber trabalhar na ferramenta Google Classroom; ter prática e conhecimento nas Disciplinas e Nível de Ensino; ser professor ativo e, principalmente, ter boa vontade. Em seguida, deve enviar um e-mail para [email protected] e manifestar o interesse. O próximo passo é montar as aulas, que não precisam ser em vídeo.
"Digamos que eu vá dar aulas de matemática: eu crio a turma e, diariamente, posto um simples áudio, informando sobre qual é o assunto do dia. Não precisa ser uma live ou nada elaborado demais. Nesse áudio, eu informo o tema do estudo, oriento quais anexos devem ser abertos e quais exercícios serão feitos", explicou Borges.
Cada turma aceita até 1 mil alunos e, ao ser preenchida, é só criar uma segunda turma, replicando o conteúdo. "São como mini-passatempos, com avaliação para medirmos e acompanharmos", contou o educador. No Classroom, estarão o currículo dos professores, para que os alunos tenham segurança de que estarão estudando algo correto.
Para quem é aluno de escola pública, e que passou por greve, William explicou que o conteúdo estará completo, desde o início do ano, como se o ano não tivesse iniciado.
Mín. 16° Máx. 23°