A Black Friday será só no dia 29 de novembro, mas, para aproveitar bem a data, já consolidada no calendário de compras dos brasileiros, e não cair em cilada, é importante acompanhar desde já os preços e as condições de pagamento dos produtos desejados. Apenas dessa forma é possível ter certeza se as ofertas a serem anunciadas na última sexta-feira de novembro serão, de fato, vantajosas.
“O consumidor tem que guardar a publicidade para, no dia, exigir o preço anunciado, senão vira ‘black fraude’, tudo pela metade do dobro. Ele deve monitorar antes para saber se o preço praticado é um bom negócio de verdade caso contrário, é propaganda enganosa”, diz o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa.
De acordo com o site Reclame Aqui, desde 2015 o problema mais relatado pelos consumidores durante a Black Friday é justamente a propaganda enganosa – no ano passado, ela correspondeu a 14,2% das 5.607 reclamações registradas até a data oficial do evento, realizado em 23 de novembro. Outra queixa comum nos últimos anos é a divergência de valores, que ocorre quando o cliente recebe o anúncio de um produto com determinado preço, mas, na hora de fechar a compra, o item fica mais caro.
“A gente orienta a tirar print screen (captura de tela) da propaganda. Na hora de programar promoções pode ocorrer falhas, e o consumidor deve reclamar se o valor aumentar. Se a empresa for séria, vale o menor preço, e o cliente consegue reaver o dinheiro”, afirma o diretor de operações do site, Felipe Paniago.
Após a Black Friday, reclamações envolvendo a data continuaram a ser registradas, mas com outro foco: até 31 de janeiro deste ano, foram computadas 97.281 queixas, a maioria relativa a atraso na entrega. “A logística no Brasil ainda é complicada, há aumento do número de vendas no período, o país tem proporções continentais, mas isso não é desculpa, é preciso respeitar o prazo de frete. Muitas empresas já sabem da dificuldade e aumentam o prazo no período. A transparência é sempre melhor”, pontua Paniago. Se o prazo for descumprido, o consumidor tem direito de cancelar a compra e solicitar o dinheiro de volta.
Pesquisa. Segundo especialistas, a Black Friday não é o momento de se arriscar e comprar em lojas desconhecidas – o ideal é buscar marcas consolidadas. “É muito comum, nos buscadores, encontrar várias lojas oferecendo o produto a um mesmo preço, e apenas uma com o valor bem mais baixo. Se o consumidor entra no site dessa loja e vê que nunca tinha ouvido falar dela, já é motivo para não acreditar na oferta. A dica é pesquisar a empresa antes”, afirma a economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Ione Amorim.
A advogada Blenda Guimarães Ferreira, 31, não teve sorte no último ano. Ela queria comprar um celular e já tinha o dinheiro desde setembro, quando encontrou o aparelho a R$ 3.700, mas decidiu esperar a data para pagar menos. Ela monitorou os preços e, em outubro, viu que o produto passou a custar cerca de R$ 3.900. “Quando chegou a tão esperada Black Friday, o valor mais barato era R$ 4.000. Fiquei com muita raiva”, lembra.
Já a analista de recursos humanos Márcia Martins Silvia de Morais, 47, se deu bem. Há tempos ela vinha “namorando” um curso online de design instrucional, que custava R$ 600. Às vésperas da Black Friday, ganhou um cupom de 50% de desconto: “Essa foi a primeira vez que realmente achei que foi Black Friday, das outras vezes aumentavam o preço para diminuir depois. Valeu a pena, é algo que vai abrir caminhos para mim”.
Saiba mais
Variedade
A pesquisa encomendada pelo Google e realizada pela Provokers mostra que, se antes smartphones, eletroeletrônicos, moda e beleza eram as categorias mais compradas pelo brasileiro, hoje compra-se de tudo na Black Friday: 87% dos consumidores pretendem comprar itens em mais de uma categoria em 2019.
Alta
As categorias com maior crescimento de intenção de compra são veículos (300%), plano de celular (250%), bebida não alcoólica (200%) e serviços financeiros (200%).
Multicanal
Neste ano, 37% dos consumidores pretendem comprar apenas em lojas físicas, e 38%, somente pela internet. Para 39% dos internautas, a possibilidade de retirar a compra na loja é muito importante na hora de escolher o varejista.
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