Autoridades de saúde da Espanha confirmaram nesta sexta-feira (8) um caso de transmissão de dengue por meio de relação sexual entre dois homens. A informação foi divulgada pelo El País. Até então, especialistas consideravam oficialmente que o vírus só poderia se disseminar pela picada de mosquito.
O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças confirmou que este caso espanhol era, “ao seu conhecimento, o primeiro de transmissão sexual do vírus da dengue entre dois homens”. Anteriormente, foi investigada outra ocorrência do tipo na Coreia do Sul.
A epidemiologista médica espanhola, Susana Jimenez, da Direção Geral de Saúde Pública de Madri, explicou que o caso diagnosticado na capital espanhola é “o de um homem de 41 anos contaminado durante um relacionamento com o seu companheiro, que havia contraído o vírus durante uma viagem para Cuba”, onde foi picado por um mosquito.
A contaminação foi confirmada no final de setembro e intrigou os cientistas, uma vez que o paciente não havia viajado para um país onde a dengue é endêmica. Autoridades não encontraram o chamado mosquito-tigre – Aedes Albopictus – nos locais onde o homem mora, o que demonstrou a impossibilidade de contaminação por mosquitos.
“Seu companheiro apresentou os mesmos sintomas que ele, porém de forma mais leve, cerca de dez dias antes. E ele havia viajado para Cuba e República Dominicana”, conta a médico. Os testes revelaram que ambos tinham dengue.
“Uma análise dos espermatozoides dos dois revelou que não apenas se tratava de dengue, mas também que era o mesmo tipo de vírus que circula em Cuba”, afirma a epidemiologista espanhola.
Um caso provável de transmissão sexual entre uma mulher e um homem já havia sido objeto de um artigo (científico) na Coreia do Sul. Ainda assim, esta parece ser a primeira vez em que há uma confirmação efetiva de autoridades sobre essa forma de contágio.
“É uma descoberta, uma informação de importância global: descobrir outro mecanismo de transmissão do vírus”, admitiu Susana Jimenez.
Nos países onde a dengue é endêmica e a doença é transmitida por mosquitos, “não podemos dizer que o modo de transmissão sexual não existe. Simplesmente, até agora, não estava previsto porque sempre pensamos que se tratava do mosquito”, conclui a epidemiologista.
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