O 5° Curta Teatro - Festival de Cenas Curtas de Sete Lagoas divulgou a programação das 12 cenas selecionadas desta edição. Cada esquete tem duração máxima de 15 minutos e foram selecionadas por meio de edital próprio. Serão quatro cenas por noite, dias 25, 26 e 27 de outubro de 2019, às 20h, no Centro Cultural Nacional – Teatro Preqaria (Rua Aleixo Lanza, 41, bairro Canaã), com entrada franca (pede-se a doação de 1kg de alimento não-perecível). Todas as cenas têm classificação livre.
O5° Curta Teatro - Festival de Cenas Curtas de Sete Lagoas é uma realização da Preqaria Cia de Teatro, com patrocínio do Circuito Cultural Cimento Nacional, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e tem os apoios da Panificadora Galdina, Churrascaria Três Marias, Grupo Uai Hotéis e Pousadas, CCB Contabilidade, Prevenir, Splendore Eventos e Gellak.
Confira a programação:
Sexta-feira, 25 de outubro
1ª Cena: Quincas – O certo é o certo (A patela Cia - BH)
Comédia – Palhaço
Quincas é um palhaço-cidadão de bem, que paga seus impostos, cumpre todas as suas obrigações com o estado, é honesto, digno e honrado. Esse palhaço-homem ou homem-palhaço está em seu dia de lazer, em um piquenique, liga seu rádio e, através das notícias que ouve, percebe que não estava andando na linha como achava. Ao mesmo tempo, também perde seus direitos a cada fala do novo presidente, e isso o irrita. A cena que vemos é de um palhaço-homem-de-bem tentando lidar digna e honestamente com as proibições do atual governo.
2ª Cena: Ausência (Produção & Memória - BH)
Drama Contemporâneo
O desejo de morrer e o amor em viver entram em conflito e, por meio do afeto, do silêncio e do diálogo, velhice e infância fazem um combinado: que o neto morra em seu lugar. A cena nasce a partir de uma livre adaptação do conto "O rio das quatro luzes", de Mia Couto. O processo teve como pesquisa a conexão orgânica corpo-voz-som na atuação, e se desenvolveu a partir da construção de um corpo/voz cênicos e da variação de velocidades e ritmos no espaço. A cena provoca reflexões acerca da velhice, da ausência, dos afetos entre gerações e da morte.
3ª Cena: Torrete emTropical (Ovorini Carpintaria Cênica - SL)
Comédia - Palhaço
A Cena Tropical é parte de um corpo do espetáculo "Estação Torrete", onde o Palhaço viajante busca formas de transformar o ambiente em outros formatos climáticos. Sua parada é de frente a um cacto que encontra pelo caminho onde o Palhaço tenta presentear ao novo amigo suas experiências por outros climas. Nesta Cena, Torrete traz ao seu amigo o clima tropical, adicionando um pouco de água com um tempero humano, transformando o ambiente em uma ideia de praia com brincadeiras e costumes praianos.
4ª Cena: Aparecida (Breve Cia - BH)
Drama contemporâneo
Ao enterrar sua mãe, Aparecida desenterra sua identidade negra e as histórias de sua ancestralidade. Volta a suas origens para desenterrar tudo aquilo que a fez obedecer, emudecer e negar sua mãe homônima. A cena é inspirada em memórias afetivas, depoimentos e em obras da literatura negra brasileira, entre as autoras pesquisadas, destacam-se Conceição Evaristo e Gêni Guimarães. A cena pretende denunciar alguns processos aos quais os negros são submetidos na construção da sua identidade, destacando as consequências do escravismo, colonialismo e ideologia do branqueamento na construção das identidades negras em terras brasileiras.
Sábado, 26 de outubro
1ª Cena: Teatro de Sombras (Teatro Cassel - SL)
Teatro de sombras - Drama
A cena conta a história mundial do surdo, suas lutas e conquistas. A concepção da cena surgiu da urgência em possibilitar aos surdos serem protagonistas de sua história no ambiente cultural/teatral, ao invés deles serem meramente espectadores da arte, serem os que produzam a arte dentro da sua identidade e da sua cultura.
2ª Cena: Rotina Comum (Breno Santos - BH)
Drama Contemporâneo
O século 21 vem se desenvolvendo com uma velocidade arrasadora. Se não nos atermos aos passos rápidos da evolução, somos atropelados. Por isso, acredita-se que o século 21 se estendeu para uma nova versão. O século 21.1. Uma época em que o conhecimento é algo quase que instantâneo e o tempo é sempre curto demais. Essa era da tecnologia é magnifica. Mas e antes disso tudo? E até chegarmos a isso tudo? Esquecemos que somos nós o "Gadget" mais tecnológico e eficiente que existe. A atualização é grátis e vitalícia. Depende só de como você constrói sua Rotina Comum.
3ª Cena: Intermitente (Coletivo Ilusório - BH)
Circo Contemporâneo
Cena de malabarismo de rebote, plástico e poético, que trabalha o circo com a linguagem do teatro de sombras e uma trilha sonora criada para o encontro entre o corpo, o malabarismo e a luz. Na intermitência do claro e do escuro, o movimento do corpo e dos malabares procura deixar um rastro de imaginação e sensibilidade. No blackout total, o artista, sozinho em cena, opera a luz por meio de lanternas, ao mesmo tempo em que executa as técnicas de malabarismo de rebote, buscando, através da luz que acende e apaga e da bola que vai e volta, representar a impermanência e a descontinuidade da existência. As imagens surgem e desaparecem, o movimento da bola vai e volta, a luz acende e apaga. Nessa brincadeira, que remete ao ato de lembrar e esquecer, os sonhos permanecem vivos mesmo com a iminência do fim.
4ª Cena: URRA (Margem, Coletivo de Investigação Teatral - BH)
Teatro Musical Contemporâneo
Se você olhar a realidade de frente, não consegue captá-la. Sociedade intelectual, formal, repleta de cidadãos de bom senso. Padrões burgueses inquestionáveis, admiráveis, com suas infinitas nomeações, titulações, convenções, rotulações, impressões, opiniões, opiniões, opiniões... Tudo é superfície. Por trás das plumas, o bicho urra. A trilha sonora e o texto dramatúrgico são originais, tendo sido criados de forma orgânica durante o processo de criação. Talvez por isso esses elementos se fundem em vários momentos.
Domingo, 27 de outubro
1ª Cena: Abre Alas (BH)
Teatro de rua - Comédia
Povo da rua: tiram dos lixos os restos de luxo. Façam suas fantasias e venham participar do nosso carnaval. Inspiradas em narrativas oriundas das escolas de samba do Rio de Janeiro, a cena é uma rapsódia carnavalesca na qual as artistas dialogam teatro, carnaval e as próprias insurgências da rua, criando, assim, uma dramaturgia contemporânea e performativa.
2ª Cena: Armando (Cia Teatralha - Sapucaia/RJ)
Drama Contemporâneo
Armando acorda e percebe que perdeu um dos seus sentidos, a audição. Entretanto, no decorrer das semanas, ele perde uma sequência de outros sentidos. Tentando lidar com os obstáculos proporcionados pela perda e não permitindo que ninguém saiba de seu estado, procura manter sua sobriedade e rotina. Buscando entender o significado das situações e o porquê de suas perdas, controlando as situações de forma interna, para externalizar um estado confiante, com reflexões sóbrias e diretas. Até o seu último ponto, a entrega total ao que é factual. O valor em detalhes narrativos despercebidos no cotidiano atual.
3ª Cena: Um Preto (Companhia Negra de Teatro - BH)
Drama Contemporâneo
Quantas possibilidades de pretos vivem dentro de mim? Como o poder me constitui? Como redimensionar minha existência negra em um mundo branco? A partir destas e outras, perseguimos em formas de como articular uma resposta através da linguagem. A insurgência negra passa pela estrutura do pensamento e assim surge UM PRETO.
4ª Cena: Viúvas (Ovorini Carpintaria Cênica - SL)
Teatro Ritual - Drama
Retrata a história de Sônia, uma antiga mulher que vive em um vale afastado. Ela relata os anseios das pobres mulheres que aguardam a volta de seus maridos e filhos que não retornaram da guerra. Ela faz um paralelo da questão familiar, da loucura, do sofrimento alheio e do próprio. E, ao mesmo tempo, dialoga com o público o sofrimento atual da grande espera de uma resposta.