Minas Gerais registrou, nos últimos cinco dias, 26.545 focos de calor, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é bem superior ao apontado no mesmo período do ano passado, que foi de 995. Segundo o especialista em gestão ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Raoni Rajão, 75% destes focos de calor são incêndios em terrenos rurais.
De acordo com o especialista, Minas há mais propensão ao fogo do que na Amazônia, porque o clima é menos úmido e a vegetação menos densa, especialmente no Norte, onde há predominância do cerrado e na região central, onde esta mesma vegetação se mistura à Mata Atlântica.
Para Rajão, nesta época do ano, os incêndios são, predominantemente, de origem criminosa. “Para ter fogo, é preciso ter combustível, que no caso dos florestais é a matéria seca. E, também, uma faísca. Apesar de ter possibilidade de incêndio provocado por raio e causas naturais, isso é raro acontecer”, explicou.
A constatação de que 3/4 dos focos de calor estão em terrenos onde há atividade agrícola, segundo Raoni, se deu após o cruzamento de dados do Inpe com cadastro rural ambiental, documentação obrigatória dos produtores rurais. O fogo ainda é muito utilizado por agricultores para renovar as pastagens por causa da rapidez e facilidade de propagação.
É bom lembrar que a queimada sem licença devida do órgão ambiental é crime previsto na Lei 9605/2008, com pena de um a quatro anos de reclusão.
Mín. 17° Máx. 27°