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Um presente para Sete Lagoas – uma reflexão para o meio ambiente

Uma das atrações do Festival Nacional de Arte de Rua 2019 em Sete Lagoas é o painel que a muralista Priscila Amoni pintou em Sete Lagoas

28/08/2019 às 13h43
Por: Redação Fonte: Primeiro Plano Comunicação
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Um presente para Sete Lagoas – uma reflexão para o meio ambiente

A artista visual Priscila Amoni inaugurou a pintura em muro em Sete Lagoas. O painel vem num contexto atual, com uma mulher com traços indígenas. A artista sempre trabalha com mulheres, que podemos caracterizar como figuras híbridas, com traços de deusa, traços de plantas, com referências ao nosso ancestral indígena. Na pintura, a mulher segura um coração de banana. Segundo Amoni, uma das influências que marcaram esse trabalho é a atual conjuntura e o trato dos governantes com a questão ambiental. Durante a execução da obra, um grande incêndio assolava a Amazônia. Fauna, flora e os nativos sofrem com a degradação de seu habitat. E os homens ainda não perceberam que quem está sendo vítima deste processo é a própria sociedade. É preciso refletir sobre a nossa relação com a natureza. Como vai reagir a tanta destruição? “O homem branco ainda não atentou que talvez quem mais precise de ajuda é ele neste momento”, comenta Priscila.

A artista convida o público a refletir, através dessa obra, que a humanidade morre junto com a destruição da natureza. E mais do que nunca, a artista acredita que esse é o momento de homenagear nossos nativos indígenas, que estão num contexto delicado.

Priscila Amoni resgata a pintura clássica, mas num formato de rua. Segundo a artista, ela está feliz pela consideração do festival com o artista e ficou lisonjeada com o convite para esse desafio. “É um convite sincero, para eu poder me expressar artisticamente, e não uma mera encomenda de uma ilustração ou trabalho. Isso me deixou muito a vontade para realizar meu trabalho dentro de minha linha criativa”, revela. Ela é pintora profissional há doze anos, apesar de já gostar da arte desde os dois anos de idade. Desde 2013, começou a pintar grandes painéis na rua e o gratificante disso é que o público pode acessar seu trabalho mais democraticamente, uma vez que ele está exposto na rua, para todos.

Seus trabalhos têm como temática a energia feminina e as plantas. “As plantas têm poder, curam, temperam”, destaca Priscila. Sobre o legado do evento, ela enfatiza que a vida de artistas de outras cidades permite o intercambio de idéias com artistas locais. “Esse evento permite a inspiração, a poetização, permite a exploração da verdadeira face da arte. A arte não é uma propaganda, não é um protesto. A arte é uma expressão humana. E essa é a grande função desse festival, transformar o artista num canal de livre expressão da humanidade. A arte é essa reflexão”, pondera Priscila. “Com tantas obras minhas espalhadas pelo mundo, agora Sete Lagoas terá também um presente que este festival proporciona, comemora Priscila Amoni.

Sobre a artista:

A muralista Priscila Amoni nasceu em Belo Horizonte em 1985. É mestre em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portuga. Trabalha como pintora, muralista, além de ser co-criadora e curadora do festival CURA – Circuito Urbano de Artes, um dos maiores festivais de arte urbana do Brasil.

Seu trabalho é a expressão de sua relação com o poder feminino e das plantas, o estudo de sua força e seu sentido de cura, sempre privilegiando a perspectiva do conhecimento popular, principalmente as de cultura oral. Em sua obra mulheres e plantas e mulheres-plantas são curandeiras brasileiras, são negras-índias-brancas de cuja cabeça nascem plantas, órgãos vitais são frutas, pulmões podem ser bananas ou babosas, o coração pode ser uma pitaya o útero um grande cacho de guaranás. Criam-se hibridismos para reforçar nossa não separação com a natureza e o poder de transmutação presente dentro de nós.

O seu processo de criação é normalmente ligado ao espaço onde a obra acontece. Pintar é uma forma de pedir e desejar. A figura pintada surtirá efeito sobre o espaço e a medicina das cores se fará. Como por exemplo no trabalho pintado na ala feminina do Hospital Psiquiátrico Galba Velloso, a moça reza um alecrim, que é a planta da alegria, e tem na cabeça um cocar de comigo-ninguém-pode, planta de proteção. Já em “Lótus - Renascer da Lama”, duas mulheres saem da lama e se protegem com plantas. Este mural fica embaixo de uma linha de trens de carga de minério da Vale. A pintura é uma forma de rezar, e nada prova que não seja eficaz.

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