O goleiro Bruno Fernandes, condenado pela Justiça pelo assassinato da modelo Eliza Samúdio, deve voltar ao futebol mais uma vez. O jogador de 34 anos, revelado pelo Atlético, desperta o interesse de um clube mineiro, apesar do histórico fora das quatro linhas. Coincidentemente, outra agremiação do Sul do Estado.
Em abril de 2017, o Boa Esporte, clube de Varginha, não só contratou Bruno, como o colocou em campo em cinco oportunidades, todas válidas pelo Módulo II do Campeonato Mineiro – o equivalente à segunda divisão do estadual. Desta vez, o Poços de Caldas FC, da mesma região do Estado mineiro, pretende contar com o arqueiro para a disputa da terceira divisão da mesma competição.
“Ele vai assinar o contrato no dia da apresentação da equipe. Isso deve ocorrer em seis dias. Estamos fazendo a montagem do time, fazendo outras contratações, porque o time vai participar de um torneio e fazer alguns amistosos preparando para 2020”, planeja o presidente do clube, Paulo César da Silva, que conversou com a reportagem por telefone.
Apesar do otimismo, o dirigente explica que o jogador ainda precisa de uma autorização do judiciário para atuar. Isso porque a Justiça teria de permitir que Bruno se mudasse para a cidade de Poços de Caldas. Hoje ele vive em Varginha, com uma rotina sem muita exposição pública. O jogador está há um mês no regime semiaberto.
A advogada de Bruno, Mariana Migliorini, confirmou que há tratativas para Bruno retornar aos gramados e que os detalhes finais devem ser consolidados no fim de semana.
O jogador vivia um bom momento no futebol sendo o titular no Flamengo, campeão brasileiro de 2009, sendo inclusive cotado para ir à Copa do Mundo do ano seguinte. Além disso, possuía uma negociação praticamente fechada com o Milan, da Itália, pelas suas boas atuações.
No entanto, em setembro de 2010, foi preso por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. O atleta foi condenado a 22 anos e três meses ao ser responsabilizado pelo assassinato da modelo Eliza Samudio.
A tentativa em retomar a vida nos campos de futebol após a prisão não seria inédita. Em 2017, o Boa anunciou que contaria com o jogador para a disputa do Mineiro – e foi punido por isso. Gerou muita polêmica e perdeu patrocinadores, que não concordaram com a contratação.
Mesmo assim, Bruno atuou em cinco jogos pelo hexagonal final da segunda divisão do Mineiro, nos quais levou quatro gols. Só que o atleta teve o percurso interrompido, após a Primeira Turma do STF decidir pelo retorno do goleiro à prisão em regime fechado.
Sua defesa conseguiu que Bruno ficasse em regime semiaberto em 2019: pode sair da prisão para trabalhar, mas precisa retornar ao presídio para dormir.
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