A Companhia Jovem de Paraopeba sobe ao palco nesta quinta-feira para disputar o tricampeonato da Mostra Competitiva de Dança Contemporânea na 37ª edição do Festival de Dança de Joinville, que começou na última semana e vai até sábado na cidade catarinense.
Com o número Efeito Cascata os 22 artistas da Companhia retratarão a tragédia do rompimento da barragem de Brumadinho, que afeta até hoje a cidade, obrigada a enfrentar, por exemplo, racionamento de água em função da lama que poluiu o rio Paraopeba. “A representação começa pelo figurino, com a cor da lama e com verde e amarelo por baixo. Os movimentos são inspirados numa avalanche, em cima daquela imagem terrível do rompimento da barragem ”, explica o coreógrafo Alan Keller, que utiliza as cores da bandeira brasileira como alusão à música, versão mais lúgubre do Hino Nacional composta por Sérgio Pererê, Chico Lobo e produzida por Ricardo Gomes.
“Diferentemente de outros estilos, que possuem códigos e referências, a dança contemporânea permite que você não precise seguir um repertório específico. Podemos estar sempre criando e, por ter essa possibilidade, sempre colocaremos a temática social em evidência”, analisa Keller.
A companhia surgiu em 2005 como projeto social para dançarinos de 13 a 18 anos e se consolidou no município da região Central de Minas. Pelo grupo já passaram mais de 250 bailarinos da cidade e de municípios vizinhos. Vencedora do prêmio em 2017 retratando a crise da Síria e em 2018 falando da necessidade de amar o próximo, os dançarinos de Paraopeba tentam o terceiro troféu no maior festival de dança do mundo pelo Guinness Book.
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