Um novo golpe está circulando nas redes sociais e fazendo vítimas em todos as regiões do Brasil. Desta vez, os cibercriminosos oferecem vagas de emprego por meio do Facebook, mas a oportunidade não existe e o que os bandidos querem, na verdade, é roubar as contas dos usuários, que podem ser vendidas para hackers capturarem dados bancários.
A fraude, que ocorre pelo menos desde maio deste ano, já fez 300 mil vítimas no país, segundo a empresa de segurança virtual PSafe. Por hora, são registrados 220 novos acessos a links fraudulentos desse tipo de golpe, segundo a empresa.
De acordo com o Emilio Simoni, diretor do laboratório de pesquisas da PSafe, o golpe é inédito. "Geralmente esse tipo de golpe ocorre no WhatsApp. É a primeira vez que detectamos a fraude com o objetivo de roubar contas do Facebook", explicou.
A rede social possui 130 milhões de usuários no Brasil, sendo que, deste total, 93 milhões acessam a rede todos os dias. Procurado pela reportagem para comentar sobre a fraude, o Facebook ainda não se manifestou.
Como funciona o golpe
Segundo Simoni, os cibercriminosos estão utilizando lives de pessoas famosas para publicar iscas com as supostas promessas de emprego. "Colocam comentários nas transmissões de famosos informando sobre as supostas vagas. Quando a pessoa clica no link para conferir a oportunidade, é direcionada para a página criada pelos golpistas", detalha.
Nesta nova página, que simula ser uma página do próprio Facebook, o usuário é orientado a digitar seu login e senha e a copiar e colar um código de segurança fornecido pelos fraudadores para autenticar seu acesso. É este código que permite que o hacker se conecte à conta de Facebook da vítima e tente obter dados bancários dos usuários. "Monitoramos a primeira fase do golpe. Mas eles (cibercriminosos) podem vender o perfil do usuário para outros criminosos", ponderou.
Como se proteger
A orientação dos especialistas em segurança virtual para evitar ciladas é que o usuário sempre verifique o link antes de clicar nele. "Tem que identificar se a página é falsa ou verdadeira. É importante desconfiar de links de páginas desconhecidas, mesmo que sejam enviados por pessoas conhecidas", alerta Simoni.
O delegado Magno Machado, da divisão de Crimes Cibernéticos de Minas, recomenda que o usuário procure os sites oficiais da suposta empresa que oferece a vaga de emprego. "É fundamental conferir o site em que se está clicando e, antes de passar informações, como dados pessoais, verificar a reputação da empresa junto ao mercado", aponta. O investigador também aconselha que o usuário ligue para a empresa que oferece a vaga.
O delegado reforça que links maliciosos podem instalar vírus nas máquinas e colher informações bancárias. "Por isso, muito cuidado ao clicar e repassar links", ensina.
E para quem clicou no link da falsa vaga de emprego, o diretor do laboratório da PSafe sugere a troca da senha do Facebook antes que o golpista o faça.
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