A discussão sobre as profissões do futuro tem feito parte da realidade dos jovens que estão hoje nas escolas e que precisam escolher uma carreira. Segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial, 65% das crianças que estão entrando no ensino fundamental hoje terão profissões que ainda não existem. Dessa forma, é imprescindível formar alunos de uma maneira mais humana, preparando-os para enfrentarem as demandas do mercado.
De acordo com o estudo Future of Job Report de 2018, as habilidades necessárias para o mercado de trabalho em 2020 já não serão as mesmas que as exigidas em 2015. Das 10 competências citadas pela pesquisa, oito são voltadas para o desenvolvimento humano pessoal. Ter controle de qualidade e uma escuta ativa, por exemplo, saíram da lista e deram espaço para inteligência emocional e flexibilidade cognitiva.
Para o coordenador do Sistema de Ensino pH Fabrício Cortezi, é necessário formar jovens mais autônomos para lidar com essas transformações e isso começa na escola. “Há 20 anos atrás as pessoas escolhiam carreiras para seguir durante toda a vida, mas hoje nós não sabemos o que nossos jovens vão fazer. Por isso, precisamos focar em uma educação que forme cidadãos éticos, sustentáveis e que respeitem as diversidades e a escola precisa dar essa base”, diz.
Além disso, mesmo os avanços tecnológicos influenciando de forma significativa na tomada de decisões dos jovens a respeito da carreira, ainda é importante incentivar o segmento de profissões que dificilmente vão acabar, como medicina, engenharia, direito e psicologia. “A tecnologia aparece em todas as ciências, exatas, humanas e biológicas e nós vamos nos adaptando a ela. Mas, mesmo com os avanços tecnológicos, as escolas não devem descartar a formação humana dos estudantes”, afirma Cortezi.
O forte das instituições e dos sistemas de ensino hoje é ajudar os estudantes a entenderem seu papel na sociedade. “As escolas e sistemas de ensino precisam olhar os jovens como agentes transformadores da sociedade. É um caminho a percorrer de médio a longo prazo, pois as mudanças serão contínuas e crescentes”, conclui o coordenador.
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