O Dia dos Namorados é a uma forma de celebração do amor, uma emoção que conecta as pessoas e faz com que o mundo seja um ambiente melhor. No entanto, o amor pode se tornar tóxico, quando esconde, por exemplo, um sentimento de posse ou ciúme exagerado, por exemplo. Em casos mais extremos, leva a comportamentos agressivos e abusivos, por isso, é importante identificar e compreender as emoções para estabelecer e manter relacionamentos saudáveis.
Um dos caminhos para desenvolver uma boa relação é o conhecimento socioemocional. Ele auxilia as pessoas a compreender o outro e a si de forma muito mais clara, permitindo que se encontrem maneiras de melhorar o convívio social. No Brasil, o Programa Semente é um dos envolvidos no ensino socioemocional e convida os jovens a fazer essa reflexão desde cedo. Domínios como empatia, autoconhecimento, autocontrole, decisões responsáveis e habilidades sociais são trabalhados na escola, desde a Educação Infantil.
No caso de relacionamentos afetivos, esse conhecimento emocional pode ajudar a identificar quando e como o outro está agindo de forma tóxica ou abusiva. “O ensino desses cinco domínios aumenta a capacidade de o indivíduo entender as suas necessidades e as do outro. Uma relação afetiva, seja amorosa ou de amizade, só funciona se um tiver a capacidade de efetivamente compreender o que o outro está sentindo. Daí vem a importância da empatia”, afirma Eduardo Calbucci, professor e um dos autores do Programa Semente.
Segundo o professor, como muitas coisas na vida, o que distingue o remédio do veneno é a dose. Nesse sentido, o amor, que é uma emoção agradável, pode se tornar um problema quando traz possessividade excessiva ou cobranças descabidas e, como consequência, causa mais brigas e discussões do que momentos felizes. O relacionamento abusivo acontece justamente quando um dos envolvidos não tem controle sobre as próprias emoções, nem a capacidade de entender as reais necessidades do outro.
Quando essas reflexões não ocorrem, tem-se o primeiro passo para desencadear um ambiente opressivo. “É muito importante que a pessoa saiba até que ponto está disposta a ceder em uma relação. Relacionamentos saudáveis são aqueles em que as pessoas entendem as limitações um do outro e as respeitam, num processo constante de negociação e compreensão mútua”, ressalta Calbucci.
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