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Oportunidades Uber

‘Uberização’ cria 214 mil vagas em transportes

Falta de trabalho formal leva profissionais para os aplicativos

01/06/2019 às 08h57 Atualizada em 01/06/2019 às 09h34
Por: Redação Fonte: OTempo
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Foto: Denilton Dias - 12.5.2016
Foto: Denilton Dias - 12.5.2016

A atividade de transporte, armazenagem e correio absorveu 214 mil novos trabalhadores no período de um ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Essa parte de transportes é muito relacionada a motoristas de aplicativo. Isso está acontecendo no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Brasil inteiro”, explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O instituto divulgou nesta sexta-feira que a taxa de desemprego no país ficou em 12,5% no trimestre encerrado em abril, e o número de desempregados é de 13,2 milhões. No período de novembro a janeiro, que serve como base de comparação, a taxa havia ficado em 12% ,e 12,7 milhões de brasileiros procuravam uma vaga. Em relação a abril do ano passado (12,9%), a taxa cedeu.

O dado foi divulgado um dia depois de o instituto informar que a economia brasileira recuou 0,2% no primeiro trimestre do ano. O desemprego alto é uma das razões para o Produto Interno Brasileiro (PIB) ter apresentado desempenho ruim.

A população empregada foi estimada em 92,4 milhões de pessoas. Ficou estável na comparação com o trimestre anterior, mas ganhou dois milhões de pessoas em relação a 2018.

Na semana passada, o Ministério da Economia divulgou que, em abril, o mercado de trabalho formal voltou a gerar vagas. Foram criados 129,6 mil empregos com carteira. Esse é o melhor resultado para o mês desde 2013, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A pesquisa Pnad Contínua, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, diferentemente do Caged, considera também o mercado informal.

Emprego formal

O país registrou a criação de 480 mil vagas com carteira assinada no trimestre encerrado em abril, em relação ao mesmo período de 2018. Segundo Cimar Azeredo, houve aumento na indústria, no setor financeiro e em administração, educação e saúde. “Esse aumento é muito forte para as mulheres, porque pega setores na educação, tanto do setor privado quanto público. É profissional para ensino de nível fundamental”, explicou.

Ele acredita, porém, que o emprego formal não vai se recuperar tão cedo. “O ponto mais baixo da carteira assinada foi no ano passado. Essa melhora de 480 mil em relação a um ano antes é porque você está pegando o ponto mais baixo da série”, disse.

Número de quem desistiu de procurar vaga é recorde

Rio de Janeiro. O Brasil registrou uma população recorde de 4,875 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril, de acordo com o IBGE. O resultado significa 202 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, 199 mil pessoas a mais caíram no chamado “desalento”.

São os trabalhadores que estão desempregados, mas nem procuraram vaga na semana em que foram entrevistados pelo IBGE. Inclui quem se acha muito jovem, muito velho, pouco experiente, sem qualificação ou acredita que não encontrará oportunidade no local onde reside. O número de desalentados é influenciado por vários fatores, até por notícias relacionadas à crise. Parte das pessoas que tem contato com informações sobre aumento de número de desempregados simplesmente desiste de procurar. O número se manteve recorde em fevereiro.

Já a taxa de subocupação por insuficiência de horas ficou em 7,6% no trimestre até abril, ante 7,3% no trimestre até janeiro, segundo o IBGE. São brasileiros que fizeram algum tipo de trabalho, mas que dedicaram menos de 40 horas semanais a isso e gostariam de trabalhar por um período maior.

Um profissional freelancer ou alguém que faça bicos e não está conseguindo muitos trabalhos se encaixa nessa situação. Em todo o Brasil, há um recorde de 6,996 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas. Em um ano, o país ganhou mais 745 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho aumentou de 24,2% no trimestre até janeiro para 24,9% no trimestre até abril. Isso significa que faltou trabalho para um montante recorde de 28,372 milhões de pessoas no país no trimestre encerrado em abril, segundo o IBGE.

Massa salarial sobe 2,8% em um ano

Rio de Janeiro. A massa de salários em circulação na economia cresceu R$ 5,711 bilhões no período de um ano, para R$ 206,817 bilhões, uma alta de 2,8% no trimestre encerrado em abril de 2019 em relação ao mesmo período de 2018, puxada pelo aumento no número de pessoas trabalhando. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira.

Na comparação com o trimestre terminado em janeiro, a massa de renda real caiu 0,3%, com R$ 684 milhões a menos.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve queda de 0,4% na comparação com o trimestre até janeiro, R$ 9 a menos. Em relação ao trimestre encerrado em abril do ano passado, a renda média subiu 0,6%, para R$ 2.295, R$ 14 a mais que o salário de um ano antes.

Saiba mais sobre o desemprego no país

13,2 milhões de desempregados

São os brasileiros que buscaram uma vaga na semana em que foram entrevistados pelo IBGE, mas não encontraram.

65 milhões fora da força de trabalho

São pessoas em idade ativa, mas que não estavam trabalhando nem buscando emprego.

Geraram vagas (com ou sem carteira assinada) no trimestre até abril de 2019 em relação ao trimestre terminado em abril de 2018

Transporte: 214 mil.

Indústria: 106 mil.

Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: +472 mil.

Alojamento e alimentação: +234 mil empregados.

Outros serviços: +195 mil.

Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: +533 mil.

Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: +157 mil.

Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: +29 mil.

Serviços domésticos: +14 mil.

Quem demitiu

O único setor a demitir trabalhadores em relação a um ano antes foi a construção (-26 mil).

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