O que você faz em 46’04”? Esse foi o tempo necessário para Léo Chaves nadar 1,5Km no lago de Furnas e subir no lugar mais alto do pódio no desafio Aquamam, realizado na cidade de Capitólio. Na categoria Pessoa Com Deficiência (PCD) ninguém foi mais rápido que o sete-lagoano que ficou também com a terceira colocação na classificação geral Master A da competição.
As medalhas no peito começaram a ser conquistadas em janeiro com uma dura rotina de treinos. “Me preparei de segunda a sábado na academia, e quando conseguia algum outro lugar particular para treinar fazia no domingo e nos feriados”, conta Léo que emagreceu 20Kg durante a preparação. “Estava muito focado, em janeiro estava com 105kg e hoje estou com 85kg, tive muita mudança” continua o nadador.
Essa foi a primeira prova em águas abertas disputada por Léo que admite também que pensou em desistir durante o percurso. “Porque em alguns momentos estava muito tumultuado na prova, vários esbarrões com outros competidores. Além do mais sou atleta de piscina a vida toda e só tive uma experiência em águas abertas que foi justamente um dia antes do desafio”.
Léo concorreu na categoria PCD por conta de uma deficiência causada por poliomielite ainda quando era criança. A falta dos movimentos nas pernas, porém, muito importante na natação, não impediu que o resultado fosse bem melhor do que o esperado. “Ao completar o desafio a gente sente um misto de sensações, meio que indescritível” recorda.
O desafio aquamam aconteceu no último fim de semana e contou com a participação de atletas profissionais, amadores, crianças, pessoas da terceira idade e também atletas que já foram medalhistas olímpicos e que já participaram de pan-americano. “Essa edição chegou a contar ainda com atletas estrangeiros”, completa o medalhista.
O resultado podia ser ainda mais comemorado se o atleta paralímpico de Sete lagoas tivesse conseguido apoio para trazer as medalhas para a cidade, o que não aconteceu. “Me preparei por muito tempo para esse desafio. Cheguei a buscar muito apoio e patrocínio, mas todos em vão. Alguns nem acreditavam na possibilidade de eu chegar ao pódio”, desabafa o campeão.
Por Marcelo Paiva
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