Não foram só os cinco gols do Atlético em cima do Boa que chamaram a atenção durante a partida no último domingo (20), no Independência. Uma cena que veio da arquibancada emocionou os torcedores. Enquanto a bola rolava, o torcedor do Galo Kyrale Smyth, de 29 anos, carregava em pé o avô cadeirante José Anacleto Gomes, de 94 anos, para que ele conseguisse assistir ao jogo.
"Esse povo não sabe que cadeira é pra sentar não? Sem problema vô, a gente fica em pé também!", escreveu o neto ao postar a foto, no Facebook, segurando o idoso. Depois disso, a imagem viralizou e emocionou também quem não viu a cena ao vivo. O idoso, segundo o neto, faz de tudo para ver o Galo jogar.
O bancário Kyrale contou que mesmo sendo cadeirante, o avô quis assistir ao jogo no meio da torcida. "A gente pensou que não ia encher por ser a primeira partida. Ele escolheu onde sentaríamos e achou que ia dar para ver o jogo tranquilo. No meio da partida, o pessoal começou a levantar e ele ficou sem visão, ai eu o levantei para ajudá-lo", contou o torcedor.
Segundo ele, há um ano e meio o avô não ia ao estádio. O idoso não quis ficar na parte para cadeirantes, uma vez que teria que ficar separado dos netos e filhos. Depois de ver a cena, muitos torcedores começaram a abrir espaço para que o idoso pudesse ver o jogo.
"Nós ficamos muito tempo em pé e, quando alguém cansava, a gente se sentava. O pessoal se comoveu com a cena. Muita gente passava e falava que ele era pé quente. Falavam que também levariam os avôs para o jogo", se alegrou.
Foi com José Anacleto que o bancário aprendeu a gostar do Atlético. Apaixonado por futebol, o idoso já foi técnico de times de várzea e faz questão de acompanhar o clube. A família toda é atleticana por causa de José Anacleto. O neto e avô assistem todas as partidas juntos, mesmo que pela televisão.
"Ele já me intimou a assistir o próximo clássico com ele no fim de semana. Vou carregar ele de novo se precisar. Eu quero fazer tudo que puder por ele", declarou Kyrale.
Segundo ele, os torcedores foram solidários com a situação. "Teve um momento que eu estava com muita sede e o ambulante estava longe. O pessoal foi passando o dinheiro para comprar a água dizendo que era para o menino que estava carregando o avô e logo a água chegou em mim", se divertiu o bancário.
Por Natália Oliveira - Super F.C.
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