Com a singela capela do século XVIII repleta de fiéis, no ponto mais alto do Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na grande Belo Horizonte (MG), o arcebispo dom Walmor fez o importante anúncio: as duas Igrejas do complexo do Santuário da Serra da Piedade foram elevadas a basílicas.
O reconhecimento do Vaticano chega no momento em que são celebrados os 250 anos de história do povo peregrinando na fé ao território sagrado dedicado à Padroeira de Minas Gerais.
Agora, a Ermida da Padroeira, que recentemente ganhou nova iluminação externa, passa a se chamar Basílica Ermida da Padroeira de Minas Gerais – Nossa Senhora da Piedade, sendo a menor Basílica do mundo. Já a Igreja das Romarias é a Basílica Estadual Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais.
O anúncio do arcebispo ocorreu em data especial, o Dia Mundial dos Pobres, quando o Santuário recebeu peregrinos que viveram nas ruas da Capital Mineira e, hoje, são acompanhados pela Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte.
A escolha desse momento para anunciar os títulos concedidos pelo Papa Francisco, segundo o Arcebispo, contribui para que todos reconheçam que as basílicas remetem à realeza de Cristo. “Uma realeza que não significa triunfo, mas serviço aos pobres”, explica dom Walmor, acrescentando: “Anunciar o título de basílica no Dia dos Pobres é um convite para que a sociedade brasileira assuma sempre o dever de lutar para tornar-se melhor, marcada pelo amor de Deus”. Nesse sentido, dom Walmor ressaltou o que diz o Papa Francisco: “Não devemos amar apenas por palavras, mas com gestos concretos, cada pessoa fazendo a diferença”.
A Serra da Piedade é importante ponto de peregrinação. Só em 2016 recebeu 500 mil pessoas. Para 2017, a previsão é de 700 mil peregrinos passem pelo local.
Do alto da Serra da Piedade o visual é de encantar. Fotografia de Henrique Caetano
Beleza natural
O Santuário Nossa Senhora da Piedade, localizado a 48 km da capital mineira e a 16 km do município de Caeté, é um cenário de riquíssima beleza natural, no alto da montanha, a 1746 metros de altitude. Ideal para a reflexão, oração e o encontro com Deus, o Santuário, que abriga a Padroeira de Minas Gerais, é propício para quem busca a tranquilidade e a beleza da natureza.
Do alto do Santuário, em dias claros, é possível ter uma das mais belas vistas das montanhas de Minas. São 360 graus de panorama, com mil e uma facetas da beleza que só a mãe natureza oferece de maneira tão generosa, inspirando a conduta humana.Em dias mais frios e nublados, o espetáculo é ainda mais bonito. Do topo da Serra da Piedade descortina-se uma deslumbrante paisagem do verde das matas subindo e descendo montanhas, de onde avista-se também nove cidades: Belo Horizonte, Caeté, Contagem, Lagoa Santa, Nova União, Raposos, Sabará, Santa Luzia e Vespasiano.
Basílica Ermida da Padroeira de Minas Gerais – Nossa Senhora da Piedade
Em 30 de setembro de 1767, Antônio da Silva Bracarena e Manuel Coelho Santiago receberam licença para erigir uma capela com a invocação de Nossa Senhora da Piedade, no alto da então denominada Serra do Caité. Em 1856, o capuchinho Frei Luiz de Ravena retomou as obras, ampliando a capela, julgada pequena para comportar o número de fiéis presentes nas celebrações religiosas.
Na Ermida, agora com o título de Basílica Ermida da Padroeira de Minas Gerais – Nossa Senhora da Piedade, encontra-se a imagem de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, atribuída a Aleijadinho.
Ladeando a nave única encontram-se dois pequenos corredores, espaços antigamente destinados à pousada dos romeiros. Hoje, estes corredores laterais abrigam a Capela do Sagrado Coração de Jesus e a Capela do Santíssimo Sacramento ou de São José. Nelas, situam-se painéis azulejares com pinturas figurativas datados de 1996, concebidos pela artista plástica Maria Helena Andrés e executados em azulejos por Gianfranco Cavedone Cerri.
A antiga Igreja das Romarias
A antiga Igreja das Romarias, agora Basílica Estadual Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais foi edificada a partir de 1974, com projeto do arquiteto carioca Alcides da Rocha Miranda. A concepção do edifício insere-se no domínio da arquitetura “moderna”, que se caracterizou pela utilização do concreto puro aparente moldado, articulado com outros materiais. A Igreja revela uma rica simbologia, traduzida não apenas no edifício, mas em sua ornamentação interna, com os murais de cerâmica fosca que revestem as paredes baseados em temas bíblicos, abordados no Evangelho de Lucas, e executados pelo artista plástico Cláudio Pastro, em 1989.
À esquerda do altar, encontra-se a imagem de Nossa Senhora da Piedade, confeccionada em 1998, pelo artista plástico Léo Santana. A imagem, apesar de suas características particulares, faz referência a Pietá, do Mestre Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que está na Ermida do Santuário.
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