Descontos chamativos, aquecimento nas vendas de milhares de lojas, sejam elas físicas ou eletrônicas, e arrecadações bilionárias. Essas são características de uma das datas mais esperadas do ano pelos empresários e consumidores: a Black Friday (BF).
Mantendo a tradição do evento, que acontece no Brasil desde 2011, a BF é realizada na quarta sexta-feira do mês de novembro, que, neste ano, é nesta sexta (23). A data promete atrair, novamente, milhares de consumidores ansiosos para comprarem produtos por um preço abaixo do que é geralmente praticado pelo mercado.
O diretor-geral do site oficial, idealizador do evento no país, Ricardo Bove, espera por um novo recorde na arrecadação. “Em 2017, conseguimos angariar R$ 2,1 bilhões. Isso equivale a 13 vezes a média de vendas de um dia comum nas lojas online, registrando, até então, o nosso maior volume em vendas. Para 2018, esperamos crescer cerca de 19% em relação ao ano passado, ultrapassando a marca de R$ 2,5 bilhões”, destaca.
Bove afirma que essa perspectiva de aumento se deve, principalmente, ao fim da incerteza política vivida no país e ao crescimento de e-consumidores no Brasil, que já ultrapassaram a marca de 65 milhões de pessoas.
Segundo o diretor-geral, a BF já se consolidou como o dia mais importante para o comércio eletrônico nacional. “Tivemos um crescimento de mais de 2.000% nesse ramo desde que começamos o evento. Outra comprovação é que, desde 2014, o e-commerce da BF vende mais do que o próprio Natal”, diz.
Começo
Voltando um pouco no tempo para explicar o surgimento do evento no país, Bove destaca que decidiu trazer a BF para o Brasil depois de avaliar a falta de uma grande data em que os lojistas oferecessem ofertas especiais para os consumidores, por meio do comércio eletrônico, que estava começando naquela época.
“Nós tínhamos a expectativa de que a Black Friday seria um sucesso, mas não imaginaríamos que a data se tornaria a maior do e-commerce nacional. Isso foi uma grande surpresa, inclusive para nós”, revela. Bove enfatiza que o maior triunfo da BF está relacionado à questão do quanto o brasileiro gosta de um desconto.
Conforme o profissional aponta, a estimativa para os próximos anos é de quebra de novos recordes, sobretudo pelo crescimento das vendas online.
“Temos, no Brasil, cerca de 120 milhões de pessoas com acesso à internet. Dessas, 65 milhões realizaram apenas uma compra por meio da rede desde o início da data. Por isso, acreditamos em uma expansão contínua do evento”, diz.
De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), somente no ano passado, foram realizados 10 milhões de pedidos por meio de lojas virtuais. O órgão destaca que a principal razão para isso está na preparação do setor, que se estruturou para fazer as solicitações e realizar suas campanhas com antecedência.
Arrecadação
A previsão de vendas para a região Sudeste é a maior em todo o Brasil. A organização da Black Friday estima que o faturamento deste ano ultrapasse a marca de R$ 1,5 bilhão. Somente em Minas Gerais, este valor deve exceder os R$ 281 milhões. A capital mineira deve ser responsável por arrecadar cerca de R$ 132 milhões.
Curiosidade
Diferentemente de como ocorreu nos Estados Unidos, a Black Friday no Brasil começou como um evento exclusivamente online. No entanto, desde 2015, as lojas físicas, do pequeno até o grande varejista, aderiram à data. O faturamento desse tipo de comércio, durante o evento, chega aos 20%, contra 80% do e-commerce.
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